.
A chuva fina que caiu na cidade na tarde de sábado (8) não foi empecilho para que milhares de fiéis acompanhassem a tradicional procissão em honra a Nossa Senhora da Conceição, padroeira da cidade de Angra dos Reis. Liderada pelo Frei Fernando Bezerra Leite, a festividade contou esse ano com Zélio Nascimento e sua mãe, Cleusa Nascimento, como os festeiros.
- A sensação é de dever cumprido. A caminhada não foi fácil, mas no final tivemos êxito. Agradeço a Deus e a todos que ajudaram na festa. Nunca irei esquecer que reeditei a festa de 1948, da qual minha vó foi festeira e, após 70 anos, presenteei minha mãe no ano que ela completou 80 anos – afirmou Zélio, após a procissão.
Os devotos percorreram as principais ruas do Centro da Cidade orando e declarando sua fé pela Imaculada Conceição. O prefeito em exercício e a secretária executiva de Cultura e Patrimônio estiveram na missa e acompanharam a procissão.
- Essa procissão é um evento tradicional e histórico, marca bem as festividades do município. É um momento que nos convida a refletir sobre a vida. Estamos passando por dias difíceis no país todo, na questão da violência, da falta de amor ao próximo, nos afastando de Deus. Então, é preciso viver mais momentos como o de hoje para não se perder na vida material – refletiu o Prefeito em exercício.
No sábado (8) também foram celebradas três missas, todas na Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição. A primeira aconteceu às 7h30. A Missa Solene foi celebrada às 10h, pelo bispo Dom José Ubiratan Lopes. Ao seu lado estavam os Freis Fernando Bezerra Leite, Valter e Alonso. A última das três celebrações ocorreu às 16h, pouco antes da procissão.
A lenda
A festa em louvor a Nossa Senhora Conceição teve origem em 1632 com a chegada na então Vila dos Reis Magos da Ilha Grande, de uma Imagem da Imaculada Conceição vinda de Portugal. Esse fato, envolto em uma lenda muito bonita, afirma que a imagem queria permanecer na cidade, ao invés de seguir viagem rumo a uma vila no litoral de São Paulo.
Toda vez que a embarcação tentava partir caia uma baita tempestade, impedindo a santa de seguir viagem. Isso se deu por três vezes, acreditando-se que fosse um sinal divino, o comandante resolveu deixar a imagem em Angra. A devoção à Nossa Senhora da Imaculada Conceição foi propagada de geração a geração até os dias de hoje.