As ruínas do Convento São Bernardino de Sena, um dos principais espaços históricos da cidade, estão sendo restauradas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), através de uma parceria com a Prefeitura de Angra, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, via Secretaria-Executiva de Cultura e Patrimônio.
A obra, no valor de R$ 486.700,00, está a cargo da empresa La Greca, sem nenhum custo para o município, e a previsão é que seja concluída em setembro. Dentre os serviços previstos estão a consolidação e recomposição da alvenaria, vedação das esquadrias, pintura e retirada da vegetação, recuperação das telhas do beiral e ainda a recomposição dos tijolos do antigo forno.
- As obras visam à preservação das ruínas, a segurança dos visitantes e um maior conforto no local. Os fiscais do IPHAN têm acompanhado todo o andamento para garantir que as características históricas sejam mantidas. Devido à obra, o Convento está fechado para os visitantes, por questão de segurança – informou a coordenadora de Patrimônio Histórico e Cultural do município.
CONVENTO SÃO BERNARDINO DE SENA
Segundo a coordenadora de Patrimônio Histórico e Cultural, o Convento São Bernardino de Sena ocupava um prédio de dois andares, com varandas, grandes janelas, cozinha, refeitório, cárceres, sacristia, dispensa e foi local de importantes festas religiosas do século XVIII.
- O espaço foi construído pelos Franciscanos em substituição ao antigo Convento da Cachoeira, localizado no final da antiga Rua das Palmeiras, que havia sido bombardeado por corsários no século XVIII e sofria com umidade e a presença de animais e insetos – contou, complementando que as obras do espaço tiveram início em 1758 e a inauguração ocorreu em 1763.
Ainda de acordo com a coordenadora, o prédio chegou a abrigar uma escola, mas sucumbiu ao tempo e à falta de manutenção.
- A decadência começou em 1831, época em que ali moravam apenas dois frades, sendo que o edifício tinha chegado a abrigar 30 religiosos, além de escravos. O abandono levou ao desabamento do edifício em 1922. Em 23 de julho de 1947, o então Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan) tombou as ruínas – explicou.
Na década de 80, a Prefeitura de Angra reformou parte do prédio, cobrindo a nave e reconstruindo o coro e, desde então, é responsável pelo local e pelo acervo através de contrato de comodato com a Ordem Franciscana.