Como manda a tradição, Angra dos Reis está a realizar a Festa do Divino. A programação religiosa começou no dia 27 de maio. A parte cultural teve início na sexta-feira, 3 de junho, e a atração principal da noite foi a cantora Maria Rita. Dois palcos, barracas de comidas e bebidas e toda estrutura de segurança estão montados no Cais de Santa Luzia para receber moradores e visitantes que queiram curtir musica, dança e tradição nesta edição da Festa do Divino.
A cantora Maria Rita e sua banda subiram ao palco com muita disposição e energia, constrastando com a chuva que caiu por boa parte da noite. Mesmo de guarda-chuva em mãos, o público sambou até o fim com ela que é uma das maiores divas da nossa MPB. Maria Rita cantou sucessos como “Num corpo só” e “Cara valente”, além de clássicos como “O bêbado e o equilibrista”, “Saudade louca”, “O show tem que continuar” e “É”. Está última, do cantor e compositor Gonzaguinha.
Com vários finais falsos, sempre arrancando muitos aplausos, o “Samba da Maria”, nome do atual show da cantora, fez o público esquecer da chuva. “É uma alegria poder participar de uma festa tão tradicional trazendo o meu show para a casa de vocês” disse Maria Rita, em um dos intervalos entre as canções .
A programação da noite começou com a chegada do Menino Imperador (João Pedro) ao Cais de Santa Luzia junto de seu cortejo. Ele sentou-se em seu trono, montado em um dos palcos, para assistir às apresentações típicas dos Coquinhos e dos Lanceiros. Na dança dos Coquinhos, realizada pelas crianças, o destaque foi o pequeno Miguel, que demostrou muita energia e, ao final, ergueu o estandarte em homenagem ao Divino Espírito Santo.
Já os jovens e adultos fizeram a dança dos Lanceiros, que representam a guarda do Menino Imperador dentro das tradições de origem portuguesa. O ritmo ficou por conta da Banda Jardim Sarmento, que executou músicas originais do tradicional festejo.
No mesmo palco, depois foi a vez do duo angrense Feito Café, formado por Letícia Pacheco e Hugo Oliveira, acompanhado pelo baixista Fabiano Shumurani, apresentar seu repertório autoral, influenciado por pop, folk e indie, intercalado por alguns covers, como “Don‘t Start Now”, de Dua Lupa, repaginado ao estilo do grupo.
Em seguida foi a vez do Choro Caiçara. Com um repertório predominantemente instrumental, os músicos demonstraram o virtuosismo de sempre, bastante conhecido pelo público angrense, misturando chorinho e samba e viajando por várias décadas de história da música brasileira, até algumas de suas raízes, como ao interpretar Joaquim Callado, um dos pais do choro. Em um dos momentos mais belos do show, o público fez um coro para acompanhar a banda na música “Carinhoso” (de Pixinguinha e João de Barro). Outro ponto alto foi o coro na canção “Andança” (de Paulinho Tapajós).
A PROGRAMAÇÃO CONTINUA
Neste sábado, dia 4, logo após o último dia da novena, também às 21h, o Cais de Santa Luzia recebe as danças folclóricas Jardineiras, Velhos, Marujos e as apresentações musicais de Lincoln Glauber e do grupo Nosso Som. A noite termina com o show de José Augusto.
Fechando a programação profana, no domingo, dia 5, tem as apresentações dos Coquinhos, Lanceiros, Jardineiras, Velhos e Marujos. Depois começa a parte musical, com os shows de Zampaglione e de Paula Fernandes.
- Pensamos numa programação para a família angrense. Enquanto gestores, temos que valorizar o artista angrense, e o munícipe pode ter a certeza de que a cada apresentação de um cantor de renome nacional, os angrenses continuarão a ter vez em nossas programações - enfatiza o secretário de Cultura e Patrimônio.
Durante os dias de shows, a Viação Senhor do Bonfim está disponibilizando horários extras nas linhas que circulam no município. A partir das 22h, os ônibus que fazem a linha Caputera, Divisa Mangaratiba, Jacuecanga, Marinas e Ponta Leste, saem do ponto de ônibus na Rua Dr. Coutinho, em frente à delegacia de Angra.
EXPOSIÇÃO
A história da festa está sendo contada pela exposição “Os Imperadores na Festa do Divino Espírito Santo de Angra dos Reis”, na Casas Larangeira, que pode ser visitada até o domingo, dia 5. A mostra tem a curadoria de Alonso Oliveira e exibe 37 banners, com destaques para pessoas que ajudaram a manter a tradição dos festejos, oriundos de Portugal. A exposição conta com roupas de imperadores, imagens em madeira do Divino Espírito Santo, além de um cantinho especial que simboliza o altar do Divino Espírito Santo.