Nessa quinta-feira, dia 8, Angra dos Reis celebra sua padroeira, Nossa Senhora da Conceição, mas angrenses e visitantes têm até o domingo, dia 11, para visitar a exposição que celebra os 390 anos da chegada da imagem da padroeira em Angra. A mostra celebra ainda a construção da igreja de Santa Luzia, que neste ano também completa 390 anos.
A exposição está em exibição na Casa Larangeiras (Praça Zumbi dos Palmares, Centro) e tem entrada gratuita. Até sexta-feira, o horário de visitação é das 9h às 17h. No sábado e no domingo, a exposição acontece das 9h às 12h.
– Nossa Senhora da Conceição e Santa Luzia são patrimônios de Angra dos Reis. A primeira, comemorada no dia 8 de dezembro, e, a segunda, no dia 13 do mesmo mês. Promover essa exposição é preservar o nosso patrimônio imaterial e mostrar esse riquíssimo acervo material, que nossa cidade possui – pontua Andrei Lara, secretário de Cultura e Patrimônio.
A mostra, que tem a curadoria de Alonso Oliveira, apresenta estandartes, bandeiras, paramentos, entre outros materiais. O destaque fica para o conjunto de véus usados na imagem de Nossa Senhora da Conceição. São véus de renda, de fios metálicos do século XIX, bordados com fios de prata de 1959, e o véu de renda francesa, usado na restauração da igreja Matriz em 2006. Há também vestimentas de época e peças relacionadas a Santa Luzia, considerada a protetora dos olhos, segundo a tradição e fé católica.
– Temos ex-votos de Santa Luzia, que são tabuletas de madeira que eram feitas pelos fiéis que obtinham curas por meio da fé. Nessas tabuletas os fiéis retratavam suas enfermidades nos olhos, agradeciam pela cura e faziam o registro do milagre alcançado – explica o curador, citando um exemplo de peças do acervo disponível para visitação.
HISTÓRIA
Segundo a lenda, a imagem da santa veio de Portugal em 1632, com destino à cidade de Itanhaém/SP. Ao passar pela Baía da Ilha Grande, essa embarcação foi surpreendida por uma grande tempestade que surgiu como num passe de mágica e impossibilitou os navegadores de seguir viagem, obrigando-os a aportar. Conta-se que por dias seguidos a embarcação tentou deixar a cidade, mas não obteve sucesso, pois o mau tempo não permitia.
O comandante da embarcação ficou convencido de que tudo era um aviso divino para que a imagem ficasse mesmo em Angra dos Reis. A população, entendendo o ocorrido, também se convenceu de que o destino da santa era ficar na cidade, e se organizou para arrecadar dinheiro e comprar a imagem do comandante.
Durante tentativa do navio em partir com a imagem, surgiu um cardume do peixe cavala. Curiosamente, o osso central da cabeça desse peixe lembra a imagem da santa.