Para vencer o desemprego, a equipe da Secretaria de Desenvolvimento Econômico organiza uma plano de ação que vai de otimizar o parque industrial e de serviços já existente até um programa de criação de novos empresas de uma nova matriz econômica. Nesta semana, o secretário João Carlos Rabello levou o prefeito Fernando Jordão e o secretário de , Governo Marcus Veníssius Barbosa para conhecer o Vale da Eletrônica em Santa Rita do Sapucaí para conhecer uma das mais bem sucedidas experiências que junta educação e geração de novas empresas.
Na segunda, dia 11, o grupo angrense que incluiu três professores do CEFET de Angra e foi recebido por uma equipe da Prefeitura que apresentaram o case de sucesso.
- Fiquei impressionado com uma cidade pequena tão desenvolvida tecnicamente e hoje chamada de Vale da Eletrônica, com empresas incubadoras, empresas investindo na área eletrônica e nós podemos repetir a mesma coisa aqui em Angra no polo náutico, ou seja, estimular a formação de pequenas empresas que possam trabalhar para o estaleiro Brasfels, a Eletronuclear e para a indústria náutica como marinas, por exemplo. Queremos direcionar o projeto para a vocação de Angra e para isso buscaremos parcerias com o CEFET e o Sebrae – explicou Fernando.
A Prefeitura pretende agora iniciar estudos para identificar a demanda da região junto às principais empresas e indústria da cidade, principalmente no setor náutico, já que o município atende a aproximadamente 20 mil embarcações.
O programa é desenvolvido em Santa Rita há décadas e atualmente tem 157 empresas industriais de alta tecnologia, gerando emprego e renda. Só para se ter uma ideia da diferença desta proposta para a realidade de Angra, uma plataforma construída no Brasfels custa aproximadamente 900 de dólares e gera 3 mil empregos por três ou quatro anos (tempo de duração deste tipo de obra). Em Santa Rita de Sapucaí, o programa resulta em um faturamento muito acima deste valor anual, e geram 14 mil empregos..
O SONHO POSSÍVEL
Todo esse projeto começou em 1959 com a primeira escola técnica em eletrônica do Brasil. Sua fundadora, a ex-embaixatriz Sinhá Moreira estava no Japão quando assistiu uma palestra de Albert Eistein que garantia que o futuro seria o mundo da eletrônica. Entusiasmada, convenceu o então presidente Juscelino Kubistcheck a assinar decreto possibilitando a criação deste tipo de curso técnico. Sinhá Moreira bancou com seus recursos próprios o surgimento da escola.
Na década de 70, seria criada a Inatel, a primeira faculdade em eletrônica e logo depois outras faculdades completaram o ciclo com tecnologia de informação. Com cursos de qualidade, a mão de obra formada acabava por se mudar para centros maiores em busca de empregos. Foi quando a cidade se uniu para gerar suas próprias empresas.
Dos anos 80 para cá, 157 empresas foram criadas gerando 14 mil empregos. Fabricam desde componentes para máquinas de lavar e ar condicionado até equipamentos de emissora de rádio e TV, além de uma infinidade de aparelhos de precisão nas áreas médica e robótica. Há dois meses, uma empresa da cidade em parceria com a faculdade Inatel fez a primeira transmissão em 5G da América Latina num evento em Brasília.
O secretário João Carlos Rabello acompanha há mais de uma década a experiência da cidade mineira e acredita que o modelo por ser repetido em Angra com vantagens.
- Primeiro que já temos um parque industrial consolidado. As incubadoras de empresas podem investir em indústrias para fornecer pequenos componentes para as plataformas do BrasFels e até para as usinas nucleares. Mas há um mercado de 20 mil embarcações de lazer e pesca registradas na Capitania dos Portos de Angra que precisam de peças de reposição que vão desde uma luminária à hélices, cordas e âncoras, além de equipamentos de maior valor agregado como sonar e GPS. Seria uma nova matriz econômica, mas empresas na área do turismo e pesca podem e devem ser incentivadas. - entusiasma-se Rabello.
Para tanto, o CEFET que já tem um curso técnico de segundo grau e uma faculdade de engenharia em Mambucaba seria ampliado para a Japuíba onde instalaria mais 4 cursos de engenharia. Completam a parceria o Sebrae, Firjam e Fecomércio, além de faculdades Estácio, UFF, e Cederj.
Integraram a comitiva à Santa Rita do Sapucaí, uma equipe do CEFET, o secretário executivo de Indústria e Comércio, Aurélio Marques e o diretor de relações institucionais da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Marcelo Gomes.
Incubadora para estímulo às novas empresas em Angra
Programa de sucesso de Santa Rita do Sapucaí, criou 157 indústrias, gera 14 mil empregos e mais de $ 1 bilhão de dólares anuais de faturamento