A Prefeitura de Angra demoliu nesta segunda-feira, dia 24, mais uma residência no Morro da Carioca. O imóvel estava localizado bem na linha traçada para o muro de contenção que está sendo construído. De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Marco Aurélio Vargas, o dono entrou na justiça para que a casa não fosse derrubada, mas neste mês de janeiro saiu a decisão favorável ao município.
– O dono não queria sair e recorreu à justiça. É um direito de todos recorrer à justiça, mas a prefeitura vem ganhando todas as decisões – explica o secretário.
A construção era um obstáculo à passagem do muro, que terá uma extensão de cerca de 300m. A altura do muro é de, em média, 10m, variando de acordo com o solo. A largura é de 6m na base, variando conforme a altura. O material utilizado no muro de contenção do Morro da Carioca é o gabião. O muro de gabião é feito com pedras britadas amarradas em malhas de aço. O material é de alta resistência e durabilidade, além de favorecer a drenagem.
A previsão é de que a obra fique pronta no segundo semestre deste ano. O secretário explicou que o atraso da obra é normal, devido a vários fatores.
– Houve atraso devido à burocracia, a questões judiciais e às chuvas, mas isso é normal. A demora no repasse de verbas também reduz a velocidade da obra, mas não é um fator determinante – avalia Vargas.
Oitenta metros de muro já foram construídos. Para que o restante seja feito, mais 60 casas serão demolidas no bairro. De acordo com engenheiros da Tecnosonda, empresa responsável pela execução da obra e das demolições, as casas que estão na linha do muro e acima dela serão demolidas. Mais de 350 casas já foram retiradas no Morro da Carioca.
Os moradores desalojados estão recebendo, temporariamente, o aluguel social. Eles irão receber os apartamentos que estão sendo construídos para realocação dos habitantes de áreas de risco ou poderão ser indenizados, conforme o caso.
Além da construção do muro, será feito um trabalho de estabilização do solo, acima de onde passa o muro, e de drenagem, o que é fundamental para impedir que o solo se encharque, principal fator causador de deslizamentos.