A Fundação Cultural de Angra (Cultuar) abriu as portas da Casa Larangeiras para que a população pudesse assistir um belo espetáculo de leitura dramatizada do texto de Dias Gomes, “ O Pagador de Promessas”, encenado por um grupo de atores de Angra, dirigidos por Mário dos Anjos.
O espetáculo foi encenado na noite de ontem, 23, a partir das 20h e contou com a participação do Grupo de capoeira Senzala, fazendo a ambientação do espaço e enriquecendo ainda mais a apresentação.
A leitura dramática, muito aplaudida, foi possível graças ao apoio do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro (Sated-Rio) e da Cultuar, que possibilitaram os recursos necessários para que o espetáculo fosse apresentado.
O diretor-executivo da Cultuar, Marcos Fernando, mais conhecido como Batata, representou o presidente Paulo Mattos no evento. “Todo o grupo está de parabéns. Foi um excelente espetáculo assistido por uma plateia considerável, que saiu muito satisfeita pela qualidade do espetáculo.
A história começou a ser apresentada do lado de fora da Casa Larangeiras, na Praça Zumbi dos Palmares, com uma roda de capoeira com bambas como, Deco, Júlio, Macumba, Etiópia e diversos outros. Os capoeiristas, depois de se apresentarem na praça, conduziram o público para o interior do prédio onde os atores, Bruno dos Anjos, Márcia Brasil, Evelyn Ramos, Marina Gonper, João Novaes, Camila Rocha, Glauter Barros, Danúbia Rosa, Fabiano Leite e Jaqueline já estavam posicionado com seus textos nas mãos prontos para iniciarem a leitura dramatizada, onde a expressão facial, voz e movimentos das mãos falam mais alto que cenário, vestimentas e movimentação no palco.
O texto, um dos mais premiados e encenados de Dias Gomes, conta a história do Zé do Burro e sua mulher Rosa, vindos do interior, a uma igreja de Salvador para pagar uma promessa para Santa Bárbara, e termina com uma tragédia, provocada pela negativa do padre em permitir o cumprimento da promessa feita, porque, ao contar sobre sua história, o protagonista Zé do Burro fala que fez o pedido para a imagem de Iansã, mas explica que a promessa foi feita mesmo para Santa Bárbara, só que ele não tinha uma imagem de Santa Bárbara, mas que ele entendia que as duas eram uma só entidade, mostrando claramente o sincretismo religioso presente no Brasil.