A Fundação Cultural de Angra (Cultuar), para valorizar e divulgar a diversidade cultural do município, está se aproximando cada vez mais das comunidades quilombola e indígena do município, localizadas no Bracuí.
Na sexta, 26, Paulo Mattos, presidente da Cultuar, em sintonia com o prefeito Tuca Jordão, enviou uma equipe para registrar a inauguração do espaço cultural construído na aldeia Sapukay para a promoção de oficinas de confecção de papel artesanal denominada Nhandé Kuaxia. O espaço cultural está funcionando sob a coordenação do presidente da Associação Comunitária Indígena do Bracuí, Lucas Benite Xunu Miri.
Participaram da festa de inauguração cerca de 150 índios Guarani, os alunos e professoras do projeto; os caciques do Bracuí, Sr. João; de Paraty-Mirim, Miguel; e do Saco de Mamanguá, Roque; o presidente da Funai, Márcio Meira; o diretor do Museu do Índio, José Carlos Levinho; o Coordenador-local da Funai em Paraty, Cristino Machado e a Diretora do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Cláudia Márcia Ferreira. Também estavam presentes lideranças indígenas do Parque do Tumucumaque (PA), Agnaldo Waratava Kaxuyana, Kutanan Wajãpi Wayana e Ubirajara Kesu Tiriyó,
Na ocasião também foi inaugurado o Viveiro Jeji Yki Renda, de palmeira Jussara, que é uma parceria da Aldeia Sapukay , Emater-Rio e Prefeitura de Angra. A Emater estava representada por Humberto da Silva (Piauí) e a prefeitura por Fábio Jordão (Meio Ambiente) e Rafael Ribeiro (Agricultura).
A inauguração foi animada por uma exposição de artesanatos indígena, coral-mirim formado por 25 crianças Guarani e coquetel com bebidas e comidas feitas com o suco da jussara.
Os oficineiros são jovens Guarani de Angra e Paraty que participaram de diversas oficinas no Museu Nacional do Índio, em Botafogo (RJ), desde 2008, proporcionadas através de parceria do Museu do Índio com a Unesco e a Uerj. Lá aprenderam fabricar papel artesanal, e diversas técnicas como cartonagem e silk. Na fase final do projeto, o Museu do Índio contou com a parceria da Programa de Promoção do Artesanato de Tradição Cultural - PROMOART (Museu do Folclore).
Os jovens Guarani vão atuar como agentes multiplicadores, ensinando as técnicas artesanais em suas aldeias. Hoje já produzem agendas, capas para encadernação e diversas outras peças de extrema beleza e qualidade utilizando como gravuras o traçado caraterístico dos Guarani.
Quando começar a fase de comercialização dos produtos, o presidente da Cultuar , Paulo Mattos irá propor mais parcerias para ajudar a Associação Cultural do Bracuí a gerar renda sustentável para a aldeia.
Oficina de papel artesanal na aldeia Guarani
Jovens Guarani vão ministrar oficinas nas aldeias de Angra e Paraty