Móveis e objetos seculares de igrejas católicas de Angra e de capelas de antigas fazendas que já não mais existem em Angra; muito deles raros no Brasil, podem ser apreciados na exposição, "A fé transformada em arte", que a Fundação Cultural de Angra (Cultuar), abriu na sexta-feira, 8, na nave do Convento São Bernardino de Sena, na subida do Santo Antônio (Centro).
As peças são originários dos séculos XVIII e XIX. Além delas, o visitante poderá conhecer o artesanato atual, em madeira cimento orgânico, feito pelo artesão Flávio Sallezier, que estará no local, durante a exposição produzindo novas imagens como o símbolo do Divino Espírito Santo das cerimônias de Angra.
Turistas, alunos de escolas de Angra e a população da cidade podem visitar a exposição, até o dia 30 de maio, de segunda a domingo das 9h às 12h e das 14h às 17h. A entrada é franca. A exposição foi montada pela equipe de funcionários do patrimônio histórico da Cultuar.
Fazem parte da bela exposição, oratórios de diversas igrejas do município e de capelas ; o confessionári, em madeira, da Igreja do Carmo, peça histórica que fez parte da vida de todos os moradores católicos de Angra e que hoje não é mais usado no Carmo; mesas de altares de diversas igrejas; bandeiras e estandartes, pintados e bordados; imagens sacras, em madeira; instrumentos musicais usados nas missas e procissão, como as matracas; quadros da via-sacra e dos ex-votos; fotografias e vídeos de antigas festas do Divino, como a de 1949; objetos em metal, como armaduras, capacetes e máscaras usadas nas encenações da Paixão de Cristo; algumas das colunas dos quatro altares que existiam na nave do Convento São Bernardino, dentre diversas outras relíquias.
O presidente da Cultuar, Paulo Mattos, participou da abertura da exposição e ficou impressionado com as histórias de cada uma das peças, contadas por Alonso de Oliveira, gerente de patrimônio da Cultuar ; e pela beleza e a arte de suas formas, além de admirar as peças do artesão Flávio.
Paulo Mattos ao conhecer o trabalho do artesão mostrou interesse em vê-lo realizando oficinas de entalhamento de madeira com jovens da cidade.
_A exposição está muito bem montada e através dela todos poderão conhecer um pouco sobre a riqueza cultural das igrejas de Angra, além de valorizar o trabalho do artista Flávio, que é sensacional. Precisamos urgentemente incentivar nossos jovens a aprender este tipo de arte, porque ela tem um valor incalculável. Através da Cultuar vamos convidá-lo brevemente a realizar oficinas para todas as pessoas interessadas- afirma o presidente da Cultuar.
Flávio Sallezier é artesão mineiro e aprendeu sua arte com familiares, mais conhecidos em Minas, como “Santeiros”. Está em Angra, há 6 anos e sua arte já é conhecida pela comunidade católica, porque as expõe e vende em algumas das festas de santos, que ocorrem em todo o município. Atualmente trabalha como calceteiro em uma empresa que presta serviços de conservação de patrimônios.
Obras raras na Exposição A fé transformada em arte
Móveis e peças seculares, raros no Brasil, podem ser encontrados na exposição do Convento São Bernardino