O prefeito de Angra dos Reis, Tuca Jordão, acompanhou deputados estaduais em uma visita ao complexo nuclear de Angra. A iniciativa da visita partiu da Comissão de Defesa Civil da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). O objetivo foi conhecer as atividades das usinas e seu sistema de segurança para investir na melhoria desse sistema e do plano de evacuação.
Os deputados não viram problemas na segurança da parte interna do complexo nuclear, feita pela Eletronuclear, mas fizeram ponderações sobre alguns pontos do plano de emergência que precisam ser aperfeiçoados, como, por exemplo, a conservação da rodovia Rio-Santos, principal rota de evacuação da área em caso de emergência. No mesmo sentido se manifestou o prefeito Tuca Jordão.
– A segurança aqui dentro nos dá tranquilidade. O problema que eu vejo é do portão para fora – resumiu Tuca, referindo-se às imediações das usinas. – Temos que ter uma rodovia decente, um aeroporto adequado para aeronaves de médio e até de grande porte, um hospital preparado para atender pacientes no caso de um sinistro nuclear – completou.
Mais uma vez, Tuca defendeu que Angra precisa de um tratamento especial da parte dos governos estadual e federal, devido a grande responsabilidade de abrigar usinas nucleares.
– Angra é a única cidade do país a ter usina nuclear. Nós temos que ter um tratamento diferenciado – afirmou o prefeito, defendendo que o investimentos em centros de abrigagem, na rodovia, no hospital e no aeroporto são os principais.
Além de chamar a atenção para a responsabilidade do Dnit com a manutenção da Rio-Santos, principal melhoria defendida por todos, Tuca lembrou que a Polícia Rodoviária Federal, que também faz parte do plano de emergência, fechou sua unidade no Parque Mambucaba, bairro angrense onde está situada a usina, alegando falta de efetivo.
O deputado Rafael Picciani (PMDB) também defendeu os investimentos e falou sobre os trabalhos que os parlamentares iniciaram para buscar o aperfeiçoamento do sistema de segurança.
– Vamos listar as necessidades de infraestrutura da porta para fora da usina para que possamos reivindicar as melhorias. Queremos ter externamente a mesma segurança que vimos internamente – afirmou.
O deputado lembrou que ainda nesta semana a Comissão de Minas e Energia da Câmara Federal fará uma visita às usinas. Picciani explicou que as informações colhidas na visita de hoje e na da comissão serão analisadas e juntadas em um mesmo relatório, que servirá para orientar as ações de melhoria na infraestrutura de segurança. A visita dos deputados federais está programada para a manhã desta sexta-feira, dia 15.
O deputado Altineu Côrtes (PR), que preside a Comissão de Defesa Civil da Alerj, afirmou que a comissão fará uma reunião com a Eletronuclear na assembleia para que a empresa exponha suas considerações sobre a segurança nuclear. Ele reforçou a importância de um somatório de forças entre a Prefeitura de Angra, o Governo do Estado e a União.
– Temos que somar esforços para atingir o maior nível de segurança possível. A gente sabe que os investimentos são necessários. O que queremos é pontuar essas ações para reivindicá-las na Alerj, junto ao Governo do Estado e ao Governo Federal – afirmou Côrtes, que disse também ser importante investimentos em centros de treinamento e de monitoramento.
Alessandro Calazans (PMN), Enfermeira Rejane (PC do B) e Comte Bittencourt (PPS), através de representante, completavam o grupo de deputados estaduais. Além de Tuca Jordão e dos deputados, também participaram da visita representantes do Corpo de Bombeiros e vereadores de Angra. A comitiva foi conduzida no complexo nuclear pelo diretor de operações da Eletronuclear, Pedro Figueiredo. Ele explicou o funcionamento das usinas angrenses e as diferenças entre elas e as de Fukushima, no Japão, onde neste ano ocorreu um acidente em razão de um tsunami, fenômeno que não é característico de nosso litoral.
Dentre os vários setores visitados, As autoridades foram ao almoxarifado de Angra 3, que teve sua construção retomada em 2009. Na usina Angra 2, conheceram a sala de monitoramento e a sala de turbinas. O grupo também visitou o depósito de rejeitos, onde são alocados equipamentos que sofreram contaminação, como luvas, filtros e sucatas.