Os secretários de Meio Ambiente, Marco Aurélio Vargas, e de Atividades Econômicas, Jorge Irineu da Costa, viajaram na semana passada para Vitória (ES). Eles foram conhecer a fábrica de tubos flexíveis da Technip e avaliar os impactos provocados pelo empreendimento naquela cidade. A empresa francesa pretende instalar uma fábrica semelhante em Angra, como parte da ampliação do porto do município.
– Eu acreditava que a fábrica pudesse trazer impactos, como o sonoro e o ambiental, mas não foi percebida nenhuma interferência ambiental ou urbanística. A fábrica não traz nenhum transtorno sonoro e nem visual – afirmou o secretário de Meio Ambiente.
Marco Aurélio destacou que Vitória possui semelhanças com Angra dos Reis, como as encostas ocupadas desordenadamente. Além dos impactos ambientais, os secretários analisaram os impactos da fábrica na comunidade local e na vida dos moradores de seu entorno. A avaliação também foi positiva.
– Há uma grande socialização com os moradores locais. A fábrica trouxe empregabilidade para a comunidade – explicou Marco Aurélio.
Jorge Irineu destacou que a visita também foi importante para conhecer as instalações e o processo produtivo da empresa. De acordo com o secretário de Atividades Econômicas, a empresa adota medidas de cuidados ambientais, como o aproveitamento de energia solar e sistema de tratamento de esgoto. Além disso, na unidade de Angra, serão utilizados equipamentos mais modernos, logo, menos impactantes. Ele também fez uma boa avaliação da relação entre a fábrica e os moradores.
– As impressões foram positivas. A fábrica emprega aproximadamente 1.300 pessoas. Boa parte dos funcionários mora próximo a ela. Alguns deles com oito a dez anos de fábrica. Lá em Vitória, a Technip realizou um programa de capacitação e isso é o que a gente precisa aqui – avaliou Jorge Irineu, que chamou atenção também para o fato de que as casas ficam bem próximas às instalações da fábrica sem que isso acarrete problemas urbanísticos.
Ainda de acordo com o secretário de Atividades Econômicas, a previsão é de que a capacitação de profissionais para a fábrica deva começar em julho deste ano, e as obras de ampliação do porto, para a instalação da fábrica, no meio do ano que vem. As datas dependem ainda do licenciamento dos órgãos ambientais competentes, como a Secretaria de Meio Ambiente do município. Jorge Irineu disse também que solicitou a Technip que liste os produtos e serviços necessários para a construção da unidade fabril de Angra, para que a Secretaria de Atividade Econômicas e o Sebrae possam identificar e capacitar empresas da região para atender a essas necessidades.
De acordo com a Technip, a unidade fabril construída em Angra vai demandar investimentos de R$ 300 milhões, sendo previsto o início da produção para o ano de 2013. A fábrica tem como principal objetivo atender a exploração petrolífera do pré-sal. A expansão do porto para a instalação da fábrica deve gerar cerca de dois mil empregos diretos e seis mil indiretos, impulsionando a economia de Angra.
O projeto também prevê a construção de um Centro de Treinamento e Capacitação de Mão de Obra, visando o aproveitamento dos trabalhadores da região na operação da nova fábrica e do porto. Como o projeto de expansão traz a implantação de atividades de alta tecnologia, o município e a região vão se beneficiar com o aumento do nível de conhecimento das pessoas envolvidas, e, como consequência, com a melhora do poder aquisitivo da população.