O curso Museus e Memória proporcionado pela Fundação Cultural de Angra (Cultuar), nas noites de 17 a 19, durante as atividades da Semana Nacional dos Museus, para dezenas de participantes, foi coroado de êxito por ter sido um instrumento importante de aprendizado que suscitou discussões que resultaram em variadas definições sobre quais são as missões institucionais de um museu e como ele interage com a arte e a cultura.
O curso, bastante dinâmico, foi ministrado no Museu de Arte Sacra de Angra pelo professor Leonardo Mesentier, da Universidade Federal Fluminense (UFF). Durante a apresentação dos módulos, os alunos participaram ativamente, sendo instigados a responder a diversas questões que se transformavam em debates tendo como eixo principal de discussão o museu e suas ligações com a cultura, comunidades, memória, obras de arte, estética, identidades coletivas, sensibilização, política, ciência e muito mais.
O destaque do curso foi sem dúvida o museu e a forma especial como o professor Mesentier o apresentou para os alunos, levando-os a debater diversas questões até chegar à conclusão de sua grande e infinita importância para a humanidade, como a de manter vivas as histórias e identidades coletivas culturais e políticas significando-as e re-signicando-as; provocar sensibilização e debates; estimular o gosto pelas obras de arte diversas e pela ciência, dentre diversas outras.
O professor Leonardo colocou a turma - formada principalmente por professores do município, jornalistas, alunos de diversas escolas e funcionários da Cultuar- literalmente para pensar. A professora Regina Célia foi uma das alunas que saiu do curso satisfeitíssima com o resultado. “Comecei o curso considerando que já sabia um pouco sobre museus. No decorrer dele, tive que reformular tudo o que pensava e aí fiquei mais interessada pela questão, tanto que não consegui definir uma só missão institucional para o museu, tão grande foi o horizonte que se abriu durante as discussões”, declarou ela.
Para Martha Mirrha, uma das coordenadoras da Semana dos Museus em Angra, representando a Cultuar, e que também foi aluna do curso, “a contribuição máxima do curso foi compreender a importância de preservarmos a cultura desta cidade, pois sem memória não há aprendizado nem haverá desenvolvimento sociocultural para o município. É preciso estimular o sentido de história de modo a construir noções de pertencimento e garantir nossos direitos à identidade”, disse ela na noite de encerramento do curso.
O presidente da Cultuar, Paulo Mattos, acredita que até o domingo, quando se encerrarão as atividades, mais pessoas possam participar das palestras , exibição de filme e mesas-redondas para enriquecer as discussões sobre o assunto.