VIII Conferência Municipal de Saúde

Angra dos Reis sediou a VIII Conferência Municipal de Saúde, neste fim de semana. O evento foi realizado pelo Conselho Municipal de Saúde (CMSAR) e pela Prefeitura de Angra, através da Fundação de Saúde (Fusar). A abertura aconteceu na sexta-feira, 27, no auditório da Igreja de Jesus Cristo dos Últimos Dias . No segundo dia, quando foram montados os grupos de trabalho e a plenária de votação, o auditório do Colégio Estadual Artur Vargas (Ceav) foi o local escolhido.

Com o tema “Acesso e acolhimento com qualidade: um desafio do SUS”, cerca de 350 pessoas participaram da conferência, sendo 224 delegados, divididos entre representantes da sociedade civil (associação de moradores, sindicatos, conselhos gestores, entidades religiosas, comunidades indígenas e quilombolas), gestores de saúde e prestadores de serviços de saúde, e trabalhadores de saúde (médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, técnicos de enfermagem e outros).

A mesa de abertura foi composta pela presidente da Fusar, Dra. Maricelma Datore, que representou o prefeito Tuca Jordão, o presidente do CMSAR, Beto Moreira, e o representante do Conselho Estadual de Saúde, Oranir.

– Toda vez que a gente vê um grupo grande reunido para discutir a saúde é uma emoção muito grande. Saúde é um tema muito complexo, mas se todo mundo que está aqui decidir trabalhar de verdade, a saúde do município vai melhorar. Aliás, esse é um compromisso do prefeito Tuca Jordão, e vamos mostrar que a hora da saúde chegou – falou a presidente da Fusar.

O presidente do CMSAR, Beto Moreira, se emocionou ao falar do momento de resgate da conselho no município e da luta pela descentralização da saúde.

– Nossa trajetória é de resgate e o conselho estadual nos garantiu, por diversas vezes, que o nosso conselho municipal é um dos melhores, mais organizados e transparentes do estado – falou ele, que ainda agradeceu aos 24 conselheiros que se doam pela causa voluntariamente.

Na abertura, a plenária ainda assistiu à palestra da enfermeira Helena David, da Faculdade de Farmácia da Uerj, que falou sobre a seguridade social e política de saúde.

Dentre os temas votados e discutidos durante a conferência, destaca-se a criação do 5º distrito sanitário (Ilha Grande), que, através da criação dos conselhos gestores das comunidades do Abraão e Provetá, se insere como instituição que representa o usuário.

– A comunidade precisa estar presente na discussão da saúde. Sem o conselho gestor, que é composto do diretor da unidade, dois trabalhadores de saúde da unidade e duas pessoas da comunidade, fica impossível haver uma interlocução entre o povo e o gestor. Nosso objetivo é implantar conselhos gestores em todas as unidades de saúde – contou o presidente do conselho, Beto Moreira.

A comunidade quilombola e a Associação de Proteção aos Animais também foram acrescentadas às instituições que representam o usuário. Já aos prestadores de serviços, a Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais (Apadev), a Associação de Renais Crônicos e a Santa Casa estão como representantes também. A Pestalozzi, que sempre representou os prestadores de serviço, continua no quadro.

Outro tema abordado e discutido foi a fixação do profissional de saúde no município, no caso, o médico. Foi solicitado ao governo que faça um estudo de maturidade para averiguar as razões pelas quais se observa a falta de médicos nas unidades de saúde.

Quanto ao Hospital da Japuíba, a plenária deliberou que o mesmo não deverá ser inaugurado prematuramente, antes que a situação da falta dos médicos seja solucionada.

– Referendamos também a parceria entre o município e a Santa Casa, apoiando a decisão do prefeito Tuca Jordão em fazer uma cogestão, e não uma intervenção, na instituição, que atende à nossa população – contou Beto, que explicou que o relatório final da conferência será publicado na próxima edição do Boletim Oficial do município.