Política de segurança alimentar é coisa séria

Na II Conferência Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional foi discutida a criação de um conselho

Terça-Feira, 31/05/2011 | .


A Prefeitura de Angra, através da Secretaria de Ação Social, realizou na segunda-feira, 30, a II Conferência Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, na Casa Larangeira. O evento contou com a presença de cerca de 140 pessoas e discutiu a criação de uma política pública no município para o tema que é relativamente novo no Brasil.

O público presente pôde assistir a uma palestra proferida pela presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional, Regina de Oliveira, que também é membro do Conselho Nacional  Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), sobre a discussão da seguridade na alimentação na vida do brasileiro. Ela apresentou dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) per capita do município de Angra dos Reis, assim como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

– Angra está em 17º lugar em quantidade populacional no Estado do Rio de Janeiro.  O PIB per capita é de R$ 31.134,61 e o IDH, que é uma média entre a expectativa de vida da população, educação oferecida e outros aspectos analisados, é de 0,772, que é considerado um índice de país em desenvolvimento – explicou a presidente do conselho em sua palestra.

A secretária de Ação Social Jane Veiga não pode estar presente e foi representada pela gerente de Serviço Social, Cássia Marques, que presidiu a mesa de abertura da conferência.

– Estamos concretizando a política nacional mediante as discussões municipais. Por isso é muito importante o nosso envolvimento com essa causa. Todo cidadão tem direito de ser livre da fome e ter práticas alimentares saudáveis – falou a gerente.

A presidente da Fundação de Saúde (Fusar), Maricelma Datore, representou o prefeito Tuca Jordão na conferência e falou a respeito da jovialidade da discussão.

– Uma boa alimentação pode garantir uma boa saúde. A saúde depende de uma boa alimentação. É um assunto novo em nível de Brasil, e por isso é uma política nova – frisou a médica.

Os temas apontados por todos os grupos de trabalho foram a criação da lei orgânica municipal de Segurança Alimentar Nutricional, que estipulará prazos para a criação do Plano Municipal de Segurança Alimentar Nutricional sustentável, e a criação do Conselho Municipal de Segurança Alimentar Nutricional.

Um maior incentivo à agricultura familiar e à pesca artesanal  também foi um assunto abordado e aprovado pelos delegados. Segundo a gerente de Serviço Social, Cássia Marques, o município deverá facilitar a comercialização dos produtos e comprá-los para inserir na alimentação escolar.

O evento foi marcado ainda pela participação da Oficina de Música dos Cras do Belém e do Frade, que com a canção “O cio da terrra”, de Milton Nascimento, abrilhantaram a abertura da conferência com violões e flauta doce.

Enquanto a conferência acontecia no segundo andar da Casa Larangeira, na praça Zumbi dos Palmares, aconteceu uma exposição das entidades presentes no evento, como a Fusar, que realizou aferição de pressão arterial e medição de  glicose, a Vigilância Sanitária, que falou sobre a toxoplasmose e a Segurança Alimentar, que montou uma pirâmide alimentar com mantimentos para ilustrar a importância de uma alimentação saudável para a prevenção de doenças. A Subsecretaria de Parques e Jardins também levou a oficina de jardinagem para o público que passou pela praça, e a Secretaria de Meio Ambiente montou uma oficina de biojoias e mosaico. A Secretaria de Atividades Econômicas levou uma empresa que produz banana-passa, e um dos apiários do município expôs seus produtos.

Também participaram da conferência a superintendente de Segurança Alimentar e Renda da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Kátia Cardoso; a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater); secretarias de governo e entidades voltadas para a questão da segurança alimentar e nutricional, como Comisflu, rede de economia solidária, comunidades indígena e quilombola, celíacos, doentes renais crônicos e entidades privadas.

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