A Semana do Meio Ambiente está sendo realizada no Centro de Estudos Ambientais (CEA), na Praia da Chácara, desde a segunda-feira, dia 6, e vai até sexta, dia 10. O evento conta com uma ampla programação, com exposições, oficinas, palestras, cinema, saídas a campo, teatro e mesas-redondas sobre diversos assuntos ligados a questões ambientais. Em seu terceiro dia, nesta quarta, dia 8, representantes da Technip, Transpetro e Eletronuclear participaram de um seminário que tinha como objetivo mostrar os investimentos estruturantes que estas empresas vêm fazendo em Angra e de que forma eles vão influenciar no cenário econômico da região.
O seminário “Cenários futuros para a gestão ambiental em Angra dos Reis e Baía da Ilha Grande” foi aberto com o professor Paulo Gusmão, da UFRJ, que falou sobre os desafios do desenvolvimento recente do litoral Sul Fluminense. De acordo com seus estudos e levantamentos, entre 2007 a 2020, R$ 309 bilhões serão investidos no Estado do Rio de Janeiro, sendo 97% desse valor na região litorânea, nos municípios que fazem parte da faixa costeira, o que inclui Angra dos Reis.
– Não tenho dúvidas em dizer que estamos passando por um processo de retomada da economia do estado, e existem setores que são primordialmente responsáveis por isso, como siderurgia, petróleo e gás, e geração de energia – afirmou. Gusmão destacou que, no entanto, apesar do grande volume de investimentos, faltam ainda políticas públicas que ordenem o crescimento resultante desses investimentos.
– Não devemos demonizar esses investimentos. Eles são feitos de forma legal e legítima. O poder público é que precisa ter uma capacidade de resposta maior – concluiu.
O subsecretário de Desenvolvimento Urbano, Cássio Veloso de Abreu, participou do seminário, e disse que ele é “importante para conhecermos a visão de um observador externo”, referindo-se ao trabalho de Paulo Gusmão.
Em seguida foi a vez de Virmar Muzitano, gerente do Terminal da Baía da Ilha Grande (Tebig), da Transpetro. De acordo com ele, o objetivo da empresa, que é uma subsidiária da Petrobras, é restabelecer a condição operacional que o terminal tinha quando foi criado, em 1977. Ele explicou que não se trata de uma ampliação, mas sim uma reestruturação e modernização. Atualmente a Transpetro está empregando mais de duas mil pessoas em função das obras de reestruturação.
De acordo com os dados apresentados, o Tebig é o mais adequado terminal da Transpetro para receber grandes petroleiros e realizar a importação e exportação de petróleo.
– No ano passado Angra foi o município brasileiro número 1 na exportação de produto nacional. O que significa que Angra foi o município que mais exportou no país, e chegou a esse posto exportando petróleo – lembrou o gerente.
A maior parte do petróleo exportado vai para a China, Estados Unidos, Chile e Índia. Apesar do ótimo posto que Angra ocupa no ranking das exportações, Muzitano afirmou que a empresa pretende aumentar as exportações. Hoje o Tebig recebe, em média, 26 navios por mês, mas pretende ampliar esse número para 35. O gerente também destacou projetos sociais e ambientais, como as Brigadas Mirins da Ilha Grande e o projeto Costão.
Luana Costa e Sandro Luppi, da Technip, falaram sobre as atividades da empresa e destacaram seu compromisso com o meio ambiente. Medidas usuais da empresa como aproveitamento de água da chuva, utilização de energias renováveis, como a solar, Estação Tratamento de Esgoto (ETE) foram ressaltadas. Serão investidos R$ 700 milhões em cinco anos na ampliação do Porto de Angra. O objetivo é transformar o terminal em um centro de fornecimento de equipamentos e apoio logístico ao pré-sal, o que vai gerar um grande número de empregos no município. Os representantes da empresa falaram sobre projetos sociais realizados no Espírito Santo, focados no apoio às comunidades e organizações sociais.
Paulo Gonçalves encerrou o seminário falando em nome da Eletronuclear. O gerente de Responsabilidade Social da empresa responsável pela Usina Angra 3, em fase de construção, mostrou o empenho da instituição em cumprir com todas as condicionantes do empreendimento. Além disso, de acordo com os números apresentados, a Eletronuclear deverá investir, como contrapartida da construção da nova usina, R$ 481 milhões em políticas públicas nos municípios de Angra, Rio Claro e Paraty, que fazem parte do entorno do complexo nuclear. Segundo o gerente, o empreendimento para a construção de Angra 3 deverá chegar a um ápice de nove mil empregos gerados.
Os projetos sociais da empresa foram amplamente divulgados. A Eletronuclear atua na região nas áreas de educação, cultura, saúde, maricultura, meio ambiente etc.
A Semana do Meio Ambiente segue com sua programação. Uma das palestras mais esperadas é a que vai abordar o novo Código Ambiental, nesta quarta-feira, às 19h.