A exposição “Os Sentidos do Olhar”, com trabalhos confeccionados através de vários materiais, como papelão, sacolas plásticas, cascas de frutas, vidros e diversos outros recicláveis, associados a folhas secas de laranja, plantas aromáticas, pedras, incensos, músicas new age com efeitos relaxantes e objetos que produzem sons os mais variados possíveis, é a mostra que a Fundação Cultural de Angra (Cultuar) está abrigando no espaço cultural da Casa Larangeira, ao lado da Praça Zumbi dos Palmares, no Centro da cidade.
A exposição é gratuita e apresenta os trabalhos da arte-educadora de Angra Patrícia Magno, que é uma artista que tem o talento de transformar lixo em arte e de descobrir funções para diversos materiais que comumente as pessoas descartam como lixo. A produção é da empresa Fiel Produções.
Utilizando-se do conceito arte renovada, a artista nos brinda com uma segunda bela exposição em um espaço pequeno de tempo, pois há dois meses Patrícia expôs “Folhas Secas” no Espaço Eletronuclear, no Centro de Angra.
Desta vez, além de transformar o lixo em luxo, ela o faz de forma inclusiva. Vale a pena apreciar os belos quadros e cenários encontrados na exposição, que nos convidam a descobertas, ao relaxamento e mostra como é possível trabalhar de formas diferenciadas e bonitas com materiais recicláveis.
A exposição ficará aberta até do dia 30 de julho,de segunda -feira a domingo , das 9h às 19h. Durante o feriado do Corpus Christi e fim de semana, a exposição ficará aberta até as 22h.
Ao chegar à exposição, não perca tempo. Primeiro procure a jovem recepcionista Gisela Bernardo, identifique-se e coloque-se à disposição dela para descobrir como é fascinante se entregar à experiência de percorrer toda a exposição com os olhos vendados. Gisela, com habilidade, instiga a curiosidade do público, como observou o professor de geografia Márcio Marcolino, após percorrer todo o espaço da exposição tentando decifrá-la.
_ Acho muito interessante o lance da arte sensorial, e participando desta exposição pude ver como a proposta , quando bem feita, tem resultados positivos. Parabenizo a artista que a criou e a condutora, que soube, com a técnica devida, me envolver em um jogo de descobertas fabulosas- afirmou ele.
Na abertura da exposição, no dia 15 de junho, integrantes da Banda Visão sem Limite, integrada por alunos e ex-alunos da Escola Municipal para Deficientes Visuais, sob a coordenação de Margareth Simões, brindaram o público presente executando diversas músicas.
Patrícia explica que as obras artesanais e de artes plásticas foram idealizadas e confeccionadas com três principais finalidades: para que um público maior pudesse usufruir do evento, como todas as pessoas portadoras de necessidades especiais; fazer com que as pessoas estimulem mais os sentidos, passando pela experiência de percorrer a exposição com os olhos vendados; e a terceira finalidade contribuir com a preservação da natureza, estimulando as pessoas a usar a imaginação e dar utilidades harmoniosas e artísticas ao lixo.
Como exemplo de que este tipo de exposição cumpre um dos papéis para o qual foi criada, a artista inseriu na exposição uma miniexposição de alunos da Escola Filadelphia , utilizando lixo reciclável.
Segundo a curadora da exposição, Carmem Amazonas, os alunos fizeram a exposição na escola depois de visitar os primeiros trabalhos de Patrícia, expostos no mês de maio no Espaço Eletronuclear. “Eles ficaram ficaram admirados com a transformação do lixo em arte e levaram a ideia para a escola. E, como forma de parabenizá-los, Patrícia resolveu incluir os trabalhos artísticos deles nesta nova exposição”, explica Carmem.