Projeto otimiza atendimentos em unidades de saúde

"Pode entrar" começou na unidade ESF do Morro da Carioca

Quarta-Feira, 27/07/2011 | .

O projeto “Pode entrar”, criado pela Fundação de Saúde de Angra dos Reis (FuSAR) através da Superintendência de Atenção Primária, vem otimizando os atendimentos nas unidades de Estratégia de Saúde de Família (ESF) da cidade. Em vez das filas e falta de vagas nas unidades, o usuário tem acesso facilitado pelo novo horário, de 7h às 19h (segunda a quinta-feira) e 8h às 17h (às sextas). A recepção é feita por um profissional de enfermagem para que o problema seja ouvido e o encaminhamento, feito. É o chamado acolhimento, que significa conversar com o paciente para identificar tecnicamente qual é a necessidade em termos de serviços médicos. “O projeto não é rígido. Ele pode e deve ser adaptado às características de cada unidade”, afirma o superintendente Neucimar Duarte.


Na unidade ESF Izaura da Conceição, no Morro da Carioca, o “Pode entrar” começou a ser implementado no início de junho e já causou mudanças qualitativas no atendimento. A moradora Maria do Carmo Ponciano esteve na unidade na manhã desta quarta-feira, 27 de julho, para agendar o retorno de exames do marido e da filha. Os serviços foram marcados para 2 de agosto. “Agora ficou bem melhor, mais rápido. Ninguém precisa mais chegar aqui de madrugada para receber senha”, diz. A unidade recebe diariamente entre 50 a 60 moradores. A facilidade de atendimento é devida a outro projeto da unidade ESF, o “Horário estendido”. Normalmente funciona de 8h às 17h, mas com a extensão, de 7h às 8h e de 17h às 19h (segunda a quinta-feira), os moradores têm mais uma opção, sem atrapalhar seu cotidiano. “Esses projetos complementam-se e são vinculados à Política Nacional de Saúde, organizada pelo Ministério da Saúde”, diz o superintendente de Atenção Básica da FuSAR.


A enfermeira Sarita Nazarino atende a todos os pacientes, ouvindo-os. Muitas vezes nem é necessário marcar consulta porque a otimização do atendimento permite encaminhamento rápido, dependendo da necessidade do usuário. “Com o acolhimento a resolução dos problemas é mais ágil e isso traz também maior eficiência na classificação das necessidades”, explica Sarita. A racionalização do atendimento à população de Angra dos Reis pelo projeto “Pode entrar” é uma questão de logística. Não foi necessário aumentar o número de profissionais para que os benefícios surgissem. “Nossa unidade aqui no Morro da Carioca é de promoção à saúde”, afirma a enfermeira Sarita. Além do atendimento em si, a equipe formada por uma médica, uma enfermeira, uma dentista, seis agentes comunitárias de saúde, uma auxiliar de enfermagem e uma auxiliar de consultório dentário organiza grupos de atividades com a população. São caminhadas, oficinas de artesanato, ações com idosos e gestantes e atividades para pais de crianças de até dois anos.


Integrante da equipe da unidade ESF Izaura da Conceição, a médica Rachel Rossetti ressalta que “o trabalho tem caráter preventivo, que é o objetivo primordial da Estratégia de Saúde da Família”. Ela informa também que o diálogo com o paciente é fundamental, porque com o projeto os resultados já estão aparecendo. “O usuário do sistema público de saúde sai daqui com o problema encaminhado para ser resolvido, porque os processos foram otimizados”, afirma Rachel.


Os benefícios não estão sendo revertidos apenas para a população: outros profissionais que lidam diretamente com pacientes gostaram das mudanças. A agente comunitária de saúde Ana Cláudia do Nascimento, que tem 11 anos de experiência profissional, confirma: “Mudou para melhor, porque aqui na unidade ESF do Morro da Carioca as vagas estão sobrando. Antes, por volta de 5h já se formavam filas em frente”. As mudanças apresentadas pelo projeto “Pode entrar” foram bem aceitas pela equipe. A agente comunitária de saúde Jozanilda Santos diz que todas as demais colegas concordaram imediatamente com as propostas. “Como nós também trabalhamos diretamente com a população, antes ouvíamos muitas reclamações, justas, porque o sistema antigo não funcionava bem”, diz ela.


Segundo a Superintendência de Atenção Básica da FuSAR, o projeto “Pode entrar” está sendo estendido, gradualmente, a outras unidades de saúde de Angra dos Reis.

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