Nesta quinta-feira, em que é celebrado o Dia de Luta da Pessoa com Deficiência (21 de setembro), a Prefeitura de Angra, através da Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia, realizou o XI Seminário de Educação Especial. O encontro aconteceu no auditório do Colégio Naval e reuniu professores e profissionais da educação da rede municipal e também de escolas particulares e estaduais, além de universidades e órgãos ligados à educação especial. Estudantes de pedagogia e áreas relacionadas ao ensino também estiveram presentes. O tema do encontro foram “Os desafios das práticas inclusivas”.
O objetivo do evento é promover a reflexão, estudo e troca de experiências no âmbito da educação especial e inclusiva, contribuindo para novos caminhos de forma planejada, participativa e responsável. O assunto é considerado de extrema relevância e os números comprovam isso. De acordo com dados fornecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) neste ano, contidos em um relatório conjunto da instituição e do Banco Mundial (BM), mais de um bilhão de pessoas são portadoras de algum tipo de deficiência. Isso equivale a aproximadamente 15% da população mundial.
A secretária de Educação, Luciane Rabha, e a fonoaudióloga Lijamar de Souza Barros, responsável pela a Gerencia de Educação Especial, setor que coordenou o seminário, participaram da mesa de abertura. A secretária destacou a satisfação por ter estado presente nos 11 seminários realizados. Ela ressaltou que os avanços na educação especial do município são notórios e falou sobre as próximas conquistas para o setor.
– Até dezembro teremos o concurso público para monitor de Educação Especial, além de berçarista, auxiliar de berçário e outras categorias. E o tão esperado Cemanee será entregue no final de novembro. Todas as escolas especiais do município vão começar o ano letivo de 2012 no Cemanee – afirmou Luciane.
O prédio do Cemanee - Centro de Educação Municipal para alunos com Necessidades Educacionais Especiais – está sendo construído na Japuíba, em frente ao Hospital da Japuíba. O Cemanee vai abrigar as escolas especiais do município, que são a Escola Municipal para Deficientes Visuais (EMDV-CAP), atualmente no Morro do Carmo, Escola Municipal para Educação de Surdos (Emes), que funciona na Rua da Conceição, e a Unidade de Trabalho Diferenciado (UTD), atualmente no Parque das Palmeiras. Esta última atende alunos com transtornos globais do desenvolvimento (autismo e síndromes) e com altas habilidades (superdotação).
– O Cemanee será importante, pois vai trabalhar a questão da deficiência de forma integralizada. Ele será uma referência regional na área de educação especial, pelas suas características de integração de diversas deficiências e seus serviços especializados – avaliou Lijamar.
Em seguida, alunos da Escola Municipal para Deficientes Visuais fizeram uma apresentação musical. Depois, foi feita uma mesa-redonda sobre o tema “Interdisciplinaridade: entrelaçando saberes a práticas inclusivas” composta por Isabel Mannarino, Giovanna Marafon e Elizabeth Oliveira, representantes, respectivamente, dos conselhos regionais de fonoaudiologia, psicologia e serviço social. Elas falaram sobre como cada um desses profissionais pode contribuir para a educação especial e inclusiva e, principalmente, sobre a importância do trabalho em equipe.
Encerrando o encontro, Shirley Maia, especialista em Educação Especial e doutoranda em Psicologia e Educação pela USP, deu uma palestra sobre o tema do seminário, que em seguida foi discutido entre os participantes, que fizeram suas perguntas e expuseram suas experiências.