Prefeitura inicia obras no Parque Mambucaba

Intervenções nos rios Mambucaba e Perequê visam minimizar alagamentos

Quinta-Feira, 06/10/2011 | .

Na próxima quinta-feira, dia 13, começam as obras emergenciais para minimizar os problemas que o Parque Mambucaba tem sofrido em decorrência das enchentes. Essa foi a principal notícia dada pelo secretário de Meio Ambiente Marco Aurélio Vargas em uma reunião pública realizada pela Associação Pró Rios Mambucaba e Perequê na Prevenção de Alagamentos (Aprimappa), na quarta-feira, dia 5. O encontro foi na Assembleia de Deus da rua Sete de Abril, no Parque Mambucaba, e reuniu membros da associação, moradores, vereadores e representantes de entidades ligadas ao meio ambiente. Marco Aurélio representou o prefeito Tuca Jordão, que estava no Rio de Janeiro, com o governador Sérgio Cabral, discutindo projetos para Angra. Dentre eles, as obras estruturais do aeroporto do município, que deverão custar em torno de R$ 12 milhões.

    O objetivo principal da Aprimappa é buscar, junto ao poder público, soluções para o problema dos alagamentos no bairro. A reunião foi marcada com o objetivo de avaliar os desdobramentos da audiência pública realizada pela Câmara Municipal, em junho, para debater o assunto e traçar soluções. Moradores e membros da associação queriam saber sobre o andamento das ações. 

    São cinco intervenções em caráter emergencial que terão início: a desobstrução dos escombros junto à ponte da rodovia Rio-Santos sobre o Rio Mambucaba; a correção angular de trechos de deságüe dos rios; a limpeza dos canais de drenagem urbana; a retirada de obstruções no rio Perequê, no trecho de acesso ao Hotel do Bosque; e o desassoriamento de um trecho do rio Perequê. As obras já estão licenciadas pelo Inea.

– Essas Obras são para reduzir o risco de enchentes – enfatizou Júlio Avelar, superintendente do Inea na baía da Ilha Grande. – Elas vão desobstruir os rios, permitindo que as águas fluam com mais velocidade e escoem em direção ao mar – explicou, ao esclarecer que as obras não podem ser vistas como soluções definitivas para o problema das enchentes, o que também foi dito pelo secretário de Meio Ambiente. De acordo com o superintendente, o que vai evitar as enchentes são grandes projetos, como a construção de diques, o que depende de estudos técnicos e implica na retirada de moradores que estão próximos das margens. 

Marco Aurélio também falou sobre a importância dos estudos técnicos e lembrou que, além das intervenções que iniciam na próxima semana, a Secretaria de Meio Ambiente está coordenando um estudo hidrológico da bacia do rio Mambucaba. Esse estudo será base para ações de médio e longo prazo que visem solucionar o problema dos alagamentos. Cópias do material que vem sendo elaborado foram distribuídas para a Aprimappa.    

    O secretário de Meio Ambiente ressaltou o empenho da prefeitura para resolver os problemas ligados a questões ambientais no município, principalmente o trabalho de reconstrução que vem sendo feito desde a ocasião das tragédias em virtude das chuvas, no início de 2010. Sobre os R$ 150 milhões repassados pela Eletronuclear, Marco Aurélio afirmou para os moradores que o Parque Mambucaba será um dos bairros que receberá os maiores investimentos para intervenções na área de meio ambiente, junto com o Frade e o Bracuí. 

    Além de Marco Aurélio e dos vereadores, participaram da reunião o chefe do Ibama em Angra dos Reis, José Morelli, o superintendente do Inea na baía da Ilha Grande, Júlio Avelar, o chefe do Parque Nacional da Serra da Bocaina, Francisco Livino, além do presidente em exercício da Aprimappa, Ângelo Márcio. Os representantes dos órgãos ambientais ressaltaram que a ocupação desordenada e irregular é o fator principal dos alagamentos.

– As enchentes não são de responsabilidade dos rios, mas da intervenção humana nos rios. Temos uma concentração humana muito grande na várzea desses rios – explicou Francisco Livino, falando sobre a situação do bairro.

Marco Aurélio Vargas disse a mesma coisa: – Essa região é uma grande várzea. A natureza fez isso aqui para receber o deságüe dos rios. Infelizmente, por desconhecimento, as pessoas fizeram loteamentos e assentaram suas casas.

O secretário lembrou o histórico que Angra dos Reis possui de ocupação desordenada, fruto de um processo imigratório decorrente de grandes empreendimentos para os quais o município não estava preparado.

– Para se ter uma ideia, o terceiro distrito, o de Jacuecanga, aumentou a sua população em quase 30 mil habitantes nos últimos dez anos. Em 50 anos, Angra dos Reis recebeu uma massa humana imensurável – exemplificou o secretário.

Ao final da reunião, as autoridades assinaram uma carta de intenção comprometendo-se a acompanhar o andamento das obras.

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