A Fundação Cultural de Angra (Cultuar) está trabalhando, em diferentes frentes, desde maio, para viabilizar a criação de um arquivo público para a cidade, um instrumento indispensável para salvaguardar todo o acervo documental angrense e da Costa Verde, para que o espaço se torne referência de preservação da história sul- fluminense.
Um importante passo foi dado no dia 4 de outubro, para a consolidação da ação, durante o I Encontro Estadual de Arquivos, na sede do Arquivo Nacional, no Centro do Rio de Janeiro, quando a fundação apresentou o projeto de criação do Arquivo Público de Angra.
A necessidade da criação do espaço foi divulgada pela primeira vez pela Cultuar durante a 9ª Semana de Museus , realizada no Museu de Arte Sacra de Angra. “Convidamos na ocasião o professor Paulo Knauss, diretor-geral do Arquivo Público do Rio de Janeiro, para ser um dos palestrantes, e sua presença no município foi fundamental para fecharmos diversos acertos sobre a questão. Solicitei apoio dele para criarmos nosso arquivo municipal e ele imediatamente concordou. Conversei também com o presidente da Câmara, José Antônio, sobre a possibilidade de implantar o arquivo no prédio histórico da Câmara Municipal, já que o Legislativo já tem um projeto para a construção de uma nova sede e o prédio logo estará disponível, e ele também gostou da ideia. Agora vamos nos ater à criação do projeto de lei e aos trabalhos de campo, porque Angra precisa precisa urgentemente desse espaço para guardar seus documentos , sua história”, explica o presidente da Cultuar, Paulo Mattos.
O projeto foi apresentado no Rio de Janeiro pela representante da Cultuar, Martha Myrrha, que proferiu uma palestra mostrando todos os trabalhos desenvolvidos pela fundação para a criação do arquivo público, na mesa que tinha como tema “ Arquivos Municipais”. Martha expôs uma breve análise histórica contemporânea, cronologicamente pautada pelos investimentos aplicados na cidade e pelas transformações sofridas e visíveis no território angrense, com a intenção de demonstrar como elas afetaram a paisagem urbana e natural da cidade e os modos de vida da população local.
Paulo Mattos e Martha lembram que a conjuntura política e financeira atual é totalmente favorável à criação do arquivo, já que Angra é uma das cidades que aderiram ao Sistema Nacional de Cultura: tem uma fundação e um conselho municipal de cultura em funcionamento, um fundo municipal aprovado, faltando apenas a regulamentação do mesmo. “Outra iniciativa que colabora com o projeto da criação do arquivo é o Inventário de Bens Imóveis Históricos do Município de Angra, que vem sendo realizado há dois anos, por um acordo de cooperação técnica com a Escola de Arquitetura e Ubanismo da UFF, que produziu um pré-projeto de arquitetura para a instalação de um arquivo municipal no prédio da Câmara Municipal”, explica Martha.
As propostas do I Encontro Estadual de Arquivos serão apresentadas durante a Conferência (Sudeste), que será realizada em Belo Horizonte, nos dias 20 e 21 de outubro. As deliberações da conferência sudeste serão discutidas na conferência nacional nos dias 15 e 17 de dezembro, em Brasília.
Cultuar vai criar o Arquivo Público de Angra
Proposta foi apresentada durante o I Encontro Regional de Arquivos, no Rio de Janeiro