O prefeito Tuca Jordão recebeu nesta sexta-feira, dia 18, o ministro da Pesca, Luiz Sérgio Nóbrega, e o secretário de Estado de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca, Felipe Peixoto, para a assinatura de convênios com o objetivo de firmar uma gestão compartilhada entre o poder público e representantes da pesca e aquicultura na Baía da Ilha Grande. O encontro foi na Casa Larangeira e reuniu diversas autoridades do setor, de Angra e Paraty, e dos governos federal e estadual, além de maricultores e pescadores dos dois municípios. Os convênios têm como objetivo desenvolver a pesca e a maricultura na Baía da Ilha Grande, o que vai beneficiar os municípios de Angra, Paraty e Mangaratiba.
Foram assinados dois convênios. Um deles é para a implantação de uma unidade demonstrativa de produção e capacitação no cultivo do peixe bijupirá. A unidade ficará na enseada do Bananal, na Ilha Grande, terá dez tanques de cerca de 450m e capacidade para produzir 36 toneladas do peixe por ano. Serão investidos R$ 606 mil, sendo R$ 322 mil da Prefeitura de Angra e R$ 284 mil do Ministério da Pesca. A produção será doada para a Associação de Maricultores da Baía da Ilha Grande (Ambig), que ficará responsável pela destinação do pescado produzido. Outro objetivo da unidade é capacitar pescadores artesanais e maricultores locais.
O outro convênio é para a estruturação e aumento da cadeia produtiva da vieira (também chamada de coquille Saint-Jacques). A ideia é aumentar a produção em 300%, o que irá representar em torno de 18 a 20 mil dúzias por ano. O convênio inclui o fornecimento de equipamentos, sementes e auxílio no processo produtivo. Para este projeto, serão investidos R$ 190 mil da prefeitura e R$ 115 mil do ministério.
Também foi assinado um termo de cooperação técnica entre a Prefeitura de Angra, a Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Fiperj) e a Ambig. O termo inclui um investimento da Fiperj na ordem de R$ 128 mil para a aquisição de equipamentos destinados ao laboratório de produção.
– A pesca é uma questão fundamental para esta cidade. Sou do tempo em que se dizia que quando o porto e a pesca vão bem, a cidade vai bem. Temos que retomar essa cadeia produtiva tão importante para o nosso município – afirmou Tuca, que ressaltou o empenho de sua gestão no desenvolvimento do setor, o que inclui a recriação da Secretaria de Pesca do município, a redução do preço do diesel usado nas embarcações e, principalmente, a criação de um terminal pesqueiro, com toda a infraestrutura necessária, que irá funcionar na região do Pontal.
De acordo com números do Ministério da Pesca, de 1 milhão e 200 mil toneladas de pescado produzido por ano no Brasil, 316 mil vêm da piscicultura. O restante é obtido com a captura (pesca comum). Se comparados com os dados mundiais, os números mostram que a produção nacional ainda precisa se desenvolver, já que os peixes criados em cativeiro representam atualmente 46% do pescado comercializado no mundo.
– O Brasil está muito atrás disso, mas tem um enorme potencial – afirmou o ministro Luiz Sérgio. Para ele, a criação de peixes ainda não faz parte da cultura brasileira, o que precisa mudar. – Basta você chegar a uma área rural brasileira e ver que o proprietário aproveita a terra criando porcos, gado, plantando horta. Mas se tiver um açude, não o aproveita para a criação de peixes – exemplificou o ministro.
A expectativa é de que a gestão compartilhada da pesca, além de gerar desenvolvimento econômico, também colabore para a sustentabilidade da região, já que a pesca é um indicador do equilíbrio ecológico da baía.
Também participaram do encontro o presidente da Câmara Municipal, José Antônio Gomes, o vice-prefeito de Paraty, Valdeci Ramiro, o secretário municipal de Pesca, Humberto Martins, o diretor-presidente da Fiperj, Marco Botelho, o representante do Núcleo de Solidariedade Técnica da UFRJ, Sidney Lianza, os representante dos setores de pesca e maricultura de Angra, Adhemir Grande e Carlos Kazuo, e o representante do setor pesqueiro de Paraty, Robson Dias.
Mais incentivos para a pesca
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