Moradores do Morro da Fortaleza participaram do I Seminário de Política Pública de Prevenção em Saúde Mental, realizado pelas equipes da Direção de Saúde Mental e do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), da Fundação de Saúde de Angra dos Reis (Fusar) na sexta-feira, dia 18. O encontro foi realizado na igreja Católica da comunidade, durante toda a tarde e contou com a participação de três médicos psiquiatras da Fusar, psicólogos e outros profissionais da prefeitura. A Associação de Moradores da Fortaleza e a Superintendência de Atenção Básica (Fusar) também participaram da organização.
“Um de nossos objetivos é esclarecer dúvidas e até certos mitos sobre a saúde mental”, disse a Diretora de Saúde Mental da Fusar, Luciene Lemos. O ponto de partida para as apresentações e debates foi a questão: “Por que julgamos como diferente o comportamento de alguém?”. Luciene explicou que deve-se, em primeiro lugar, aceitar as diferenças, porque “o que é diferente para uma pessoa pode não ser para outra”. Os palestrantes foram os médicos psiquiatras Paulo Telles Dias, Stephan Oliveira e Leonardo de Azevedo e Silva.
Paulo Telles, que trabalha no CAPS-AD (voltado para usuários de álcool e outras drogas), explicou o funcionamento da unidade e esclareceu dúvidas sobre uso de drogas. Ele tem experiência de mais de 20 anos no assunto e atua em Angra há cinco anos. A atenção da família ao usuário é a principal questão para ele. “Quanto mais saudável e positiva for a postura da família de um usuário, mais resultados podem ser alcançados”, disse. O médico ressaltou a importância do diagnóstico para auxiliar quem utiliza drogas.
O público debateu também os casos de depressão, esquizofrenia e outros transtornos mentais, com o palestrante Leonardo de Azevedo. Ele trabalha há mais de 30 anos com esses casos e atualmente atende no CAPS II, localizado no bairro São Bento. “Angra dos Reis é considerada ponta de lança na luta contra os manicômios. Temos recorde de não-internações”, informou ele. O palestrante disse que, cerca de duas mil pessoas, em Angra, enquadram-se em algum tipo de transtorno mental. Leonardo explicou que existem problemas naturais, que surgem com a “terceira idade”. Para lidar com eles, o médico psiquiatra disse que atividades intelectuais ajudam a amenizar essas dificuldades, como a matemática e a música.
O terceiro palestrante foi Stephan Oliveira, que trabalha no CAPS i (atende a crianças e adolescentes). Ele respondeu a perguntas dos moradores, durante o seminário. Uma delas foi no sentido de como é possível ajudar a uma pessoa que aparentemente está deprimida, com auto-estima baixa. Sua resposta foi inicialmente lembrando a todos do livre-arbítrio: “Todos têm, mas isso não os impedem de serem ajudados. A princípio, apenas há um prejudicado”, destacando em seguida que a partir do momento que outros indivíduos começam a ser prejudicados também a ajuda torna-se mais necessária ainda. “O livre-arbítrio de cada um é limitado pelos direitos dos outros”, afirmou Stephan.
Os interessados em obter mais informações sobre os diversos tipos de atendimento oferecidos pelos CAPS´s podem telefonar para as seguintes unidades:
CAPS II – Centro de Atenção Psicossocial: 3365-7345 (São Bento)
CAPS AD – (Usuários de álcool e outras drogas, para maiores de 18 anos): 3365-1880 (Parque das Palmeiras)
CAPS i – (Atende a menores de 18 anos): 3365-5647 (Parque das Palmeiras)