Dançarinos da Festa do Divino, preparem-se!

As inscrições para as danças vão começar no dia 2 de março

Quinta-Feira, 25/02/2010 | .

Só quem já participou das danças da Festa do Divino de Angra, uma das mais antigas e bonitas do país, sabe a delícia que é. Assim dizem todos os que passaram por elas. Na maioria das vezes, quem dança uma vez, sempre volta ou se integra à festa de alguma forma, ajudando nos ensaios, acompanhando os festejos ou vibrando com as apresentações, desde os pequeninos da dança dos Coquinhos até os jovens e idosos das danças dos Velhos, Marujos, Jardineiras e Lanceiros”.

Tem também aqueles adultos que vivem dizendo e sonhando um dia dançar os “Velhos”, mas nunca conseguem, e os jovens, que dizem com certa melancolia: “Que pena! Queria tanto ter dançado os Coquinhos e não consegui”.

Para garantir sua vaga ou a de seu filho nos grupos de danças da Festa do Divino, os interessados, desta vez, não podem perder a oportunidade. As inscrições para as danças serão abertas pela prefeitura e Fundação de Cultura (Cultuar), de 2 a 12 de março, das 10h às 22h, na Casa de Cultura Poeta Brasil dos Reis, no Centro, e no Convento São Bernardino de Sena, das 10h às 19h. A festa vai acontecer de 21 a 23 de maio com toda a pompa que merece, respeitando a tradição secular, que vem lá dos tempos do Brasil Colônia. 


A Festa do Divino em Angra


A festa é de origem portuguesa. Veio para Angra no século 14 trazida pelos portugueses da Ilha dos Açores. Teve seu apogeu no século 17. É uma festa folclórica com manifestações religiosas e profanas, realizada sete semanas depois do Domingo de Páscoa, no dia de Pentecostes, para comemorar a descida do Espírito Santo sobre os 12 apóstolos. Nasceu em Alenquer, quando a rainha de Portugal, D. Isabel construiu a igreja do Espírito Santo. A devoção se difundiu e tornou-se uma das mais populares de Portugal e dali foi levada para as colônias.

Em Angra, a festa é realizada em 10 dias: sete de novenas e três de missas, procissões, chegada do Menino Imperador, libertação de um preso, passeata pelas ruas da cidade com figuras tradicionais da festa (burrinha, a vaca malhada e o bate-moleque), almoço para a comunidade, distribuição de pães e bolachas, coroação do Menino Imperador, danças no império montado em um grande tablado e encerramento com a queima de fogos e do quadro “Glória”.



Danças Folclóricas


A Festa do Divino Espírito Santo de Angra dos Reis é uma das poucas que ainda apresentam as danças folclóricas. A festa possuía oito danças e a prefeitura, na década de 80, conseguiu recuperar cinco delas.


Dança dos Coquinhos- 32 participantes+ o guia - crianças com altura até 1.20cm. Representam os filhos de escravos que dançavam para o imperador. Usam máscaras, capuz e roupas vermelhas com guizos . Dançam com cascas de coquinhos nas mãos acompanhando o ritmo da música. Estão sempre junto ao Menino Imperador.


Dança das Jardineiras- 32 integrantes que representam as vendedoras de flores de Portugal. Carregam arcos floridos e são encarregadas da distribuição das bolachas bentas durante a missa solene..


A Dança dos Lanceiros – 24 integrantes representam o corpo de guarda do Menino Imperador e dançam uma valsa com lanças nas mãos cumprimentando o Menino Imperador e a população.


Dança dos Velhos- 32 dançarinos + o S.Doutor -  representam os escravos que dançavam para o imperador. Trazem castanholas nas mãos, batem com os pés ritmados, vestem-se com roupas de chita e usam máscaras para não serem reconhecidos. São comandados por um integrante especial, o Velho com cajado na mão.


Dança dos Marujos- 36 integrantes se vestem como os antigos marujos e dançam sobre o desenho de uma âncora, cantando a música “A Barcarola”, mais conhecida como “Barquinha Dourada” . Apresentam o canhão simbolizando o mal e a barquinha, com um menino comandante, representando o bem. A apresentação se encerra com a queima de fogos da barquinha.

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