A Prefeitura de Angra, através da Secretaria de Meio Ambiente, participou da segunda “oficina técnica com a comunidade”, na última sexta-feira, dia 7, no CEA. O debate faz parte do projeto “Gestão integrada do ecossistema da Baía da Ilha Grande”, do Inea, que tem como objetivo discutir os investimentos que serão feitos com US$ 10 milhões, liberados no próximo ano para Angra e Paraty. Os recursos serão usados em ações preventivas e corretivas que visem à qualidade ambiental e a sustentabilidade do ecossistema local.
O projeto é uma iniciativa da Secretaria de Estado do Ambiente, em parceria com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO - Food and Agriculture Organization), financiamento do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF – Global Environment Facility) e execução do Inea. O objetivo é a implementação de medidas que contribuam para a autosustentabilidade da região da Baía da Ilha Grande, dentro de um modelo de conservação e de uso sustentável de longo prazo.
As oficinas técnicas são reuniões feitas entre as instituições envolvidas no projeto, com a participação da comunidade. A finalidade dos encontros é discutir quais são os principais problemas que ameaçam o ecossistema local, para que então sejam traçadas as ações. Ao todo serão sete oficinas para a elaboração do projeto. A primeira foi realizada em abril. O dia e o local da próxima ainda estão para ser definidos.
De acordo com o projeto, a privatização de praias, alteração dos colchões rochosos e manguezais, introdução de espécies exóticas e invasoras, pesca predatória, assoreamento de corpos de água, atividades industriais, lançamento de esgoto e lixo no mar e o óleo derramado pelo intenso tráfego de embarcações são alguns dos problemas que causam os maiores impactos ambientais na região.
– O turismo é um indutor de autossustentabilidade, mas também tem a questão do turismo predatório – acrescentou o subsecretário de Meio Ambiente, Fernando Grande, que tem acompanhado o andamento do projeto e as oficinas. Ele também citou a ocupação desordenada no município como um outro fator prejudicial.
O subsecretário destaca que os recursos também irão possibilitar a elaboração do plano de manejo de diversas unidades de conservação, que dependem disso para serem efetivamente implantadas. O plano de manejo contém as diretrizes de gerenciamento de uma unidade de conservação.
– O plano de manejo é a cartilha pela qual se vai administrar toda a unidade de conservação – explicou, citando o Parque Nacional da Serra da Bocaina, Parque Estadual do Cunhambebe, APA de Tamoios, Estação Ecológica de Tamoios, Reserva Biológica da Praia do Sul, Parque Estadual Marinho do Aventureiro e Parque Estadual da Ilha Grande como algumas das possíveis unidades beneficiadas.
A liberação da verba está programada para 2011, mas para isso é preciso que o projeto com as ações a serem realizadas seja finalizado ainda neste ano.
– Temos participado das oficinas, acompanhado os debates e levantado as necessidades e reivindicações da comunidade para termos esse projeto o quanto antes – disse Fernando Grande. A TurisAngra, o Saae e a Subsecretaria de Pesca também estão participando.