Começou a construção dos condomínios habitacionais para a realocação dos moradores de áreas de risco em Angra dos Reis. O Prefeito de Angra, Tuca Jordão, esteve na quarta-feira, dia 19, nos terrenos do Areal e da Japuíba para acompanhar o início das obras. Ele estava junto de secretários e subsecretários municipais, técnicos da Empresa de Obras Públicas do Rio de Janeiro (Emop) e da Odebrecht.
Serão 800 unidades habitacionais distribuídas por três condomínios: no Areal, na Japuíba e na Pousada da Glória. As obras estão sendo realizadas com R$ 50 milhões, retirados dos R$ 80 milhões repassados pelo governo federal em caráter emergencial na ocasião das tragédias que vitimaram 53 pessoas no município. Os outros R$ 30 milhões estão sendo utilizados em obras de contenção.
A prefeitura cedeu os terrenos dos três condomínios e ira acompanhar o andamento das obras, que serão executadas pela Odebrecht. A Emop é a responsável pela fiscalização das obras e gerência dos recursos.
O projeto inicial distribuía os 800 apartamentos por quatro condomínios, pois também seria construído um no bairro do Frade, mas o local foi descartado e foi preciso fazer alterações no projeto.
– A maioria das pessoas realocadas morava no Centro da cidade e não queria ir para o Frade, por ser um bairro distante – explica Hilton Marcos Braga Júnior, engenheiro civil da Subsecretaria de Habitação da prefeitura.
De acordo com ele, os blocos teriam o térreo e mais três andares, com quatro apartamentos por andar, sendo que no Frade seriam 11 blocos, totalizando 176 apartamentos no local. Com a desistência da construção no Frade, para redistribuir as unidades habitacionais pelos três condomínios restantes a solução foi verticalizar: os blocos, que antes tinham o térreo e mais três andares, agora terão o térreo e mais quatro.
– Cada bloco é construído em fôrma de alumínio, em concreto armado, com parede de 10cm e uma malha 4.2 – explicou o engenheiro. A malha é feita de vergalhões e perpassa a estrutura do bloco. De acordo com Braga Júnior, essa forma de construção é rápida e a previsão é de que os condomínios fiquem prontos em seis meses.
A construção de cada apartamento terá um custo de R$ 80 mil para a prefeitura. O valor é calculado levando-se em conta os R$ 50 milhões divididos pelas 800 unidades, o que dá R$ 62.500,00 por unidade. A esse valor somam-se os gastos com infraestrutura, que incluem urbanização e rede de esgoto.
Cada apartamento terá 45m2 e será dividido em sala (13,60m2), dois quartos (8,06m2 cada), cozinha e área de serviço (6m2) e uma sacada (3,90m2).
ANDAMENTO DAS OBRAS
JAPUÍBA: o terreno está sendo nivelado e o entulho, que havia sido depositado no local, retirado. A previsão é de que até o final desta semana a construtora inicie o estaqueamento .
POUSADA DA GLÓRIA: as 36 famílias residentes no local estão sendo removidas e foi dado início à demolição de suas casas. Algumas dessas famílias vão receber o Aluguel Social, outras estão provisoriamente no Sesc. Foi assinado um termo de garantia entre elas e a prefeitura para que elas voltem a residir no local depois do condomínio pronto.
AREAL: o terreno, onde funcionava o almoxarifado da prefeitura e o depósito de veículos apreendidos, já foi entregue à construtora, que já trouxe o maquinário e está iniciando a colocação das estacas. O almoxarifado e o depósito foram demolidos na semana passada. O almoxarifado está funcionando provisoriamente no estacionamento da prefeitura, na Praia do Anil. Os veículos apreendidos foram levados para um terreno ao lado da Cedae, na Japuíba.
| Área do terreno | blocos | apartamentos |
Japuíba | 25.777m2 | 21 | 420 |
Pousada da Glória | 16.476m2 | 12 | 240 |
Areal | 5.677m2 | 7 | 140 |