DC conhece etapas do ciclo do combustível nuclear

O corpo técnico visitou as instalações da Fábrica de Combustível Nuclear, em Resende

Segunda-Feira, 26/07/2010 | .

Treze servidores do corpo técnico da Defesa Civil Municipal estiveram na quinta-feira, 22, visitando as instalações da Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), uma das unidades das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Resende. O objetivo foi o de aprimorar o conhecimento dos agentes, seguindo as orientações de uma linha de trabalho montada pelo secretário de Governo e Defesa Civil, Carlos Alexandre Soares. Os cursos profissionalizantes e a obtenção de conhecimentos são oferecidos para o aprimoramento e a qualificação dos servidores, pela Defesa Civil.
O grupo passou o dia inteiro conhecendo as instalações da FCN. A visita foi capitaneada pelo assistente da Superintendência de Produção da empresa, David Acherman Ambrósio. O superintendente Arlindo Fragoso Júnior também participou e iniciou uma palestra no auditório, que foi enriquecida pela apresentação de um vídeo institucional da empresa, que mostrou as etapas desde a extração de urânio, até a sua aplicação na geração de energia elétrica.
O subsecretário de Defesa Civil, José Carlos Lucas Costa, agendou a visita com a superintendência da FCN para oferecer esse nivelamento de informações na área nuclear, já que a Defesa Civil tem papel importante no Plano de Emergência Nuclear das usinas. E a FCN é um conjunto de sofisticadas fábricas nas quais se processam etapas importantes do ciclo do combustível nuclear.
E foi sobre esse ciclo que os agentes se informaram durante a passagem pela fábrica de pó e pastilha, no setor de conversão e no setor de componentes e montagem. Na fábrica ocorre o processo para a fabricação desse combustível que alimenta as usinas nucleares brasileiras.
A FCN, localizada em Engenheiro Passos, Resende, produz o combustível que alimenta a Central Nuclear de Angra dos Reis, seguindo severos padrões de qualidade e precisão mecânica. O elemento combustível é composto por pastilhas de dióxido de urânio montadas em tubos de uma liga metálica especial - o zircaloy -, formando um conjunto de varetas cuja estrutura, que tem até cinco metros de altura, é mantida rígida por reticulados chamados grades espaçadoras.
A usina Angra 3 receberá o mesmo número de elementos combustíveis no seu reator que Angra 2. São 193 elementos com 236 varetas em cada um. Colocado dentro dos reatores das usinas nucleares, o urânio contido no elemento combustível libera calor devido à fissão de seus átomos, produzindo o vapor que faz girar as turbinas das usinas, gerando assim energia elétrica. A troca do elemento combustível das usinas é realizada de três em três anos.
Para manter toda essa estrutura em funcionamento, são cerca de 600 pessoas trabalhando na FCN. Em uma área de 600 hectares, a FCN abriga a área administrativa da empresa, o Centro Zoobotânico e as atividades industriais relacionadas ao ciclo do combustível nuclear: FCN Reconversão - produção de pó de dióxido de urânio (UO2); a FCN Pastilhas - produção de pastilhas de dióxido de urânio (UO2); FCN Componentes e Montagem - fabricação de componentes e a montagem do elemento combustível; e a usina de enriquecimento isotópico de urânio.
A segurança é rígida. Para ter acesso a essas áreas, o visitante é fotografado, ganha um crachá de identificação e, dependendo do setor, ele recebe equipamentos de proteção, como sobressapato, avental, máscara e dosímetro (um dispositivo de uso obrigatório nas atividades com radiações ionizantes).

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