Plano de Emergência é testado em exercício parcial

A Prefeitura, Eletronuclear, Defesa Civil de Angra e do Rio, Abin, entre outros fizeram o exercício de mesa

Sexta-Feira, 24/09/2010 | .

Na quinta-feira, 23, foi realizado em Angra dos Reis o Exercício Parcial de Resposta à Emergência Nuclear (Expar/2010). O objetivo foi testar a eficácia da cadeia de comunicações do Plano de Emergência Externo da Central Nuclear (PEE/RJ). 
-Nossa primeira avaliação desse exercício foi muito positiva, tanto no acionamento das organizações envolvidas quanto no tempo efetivo de resposta. As informações chegaram de forma bastante rápida ao Cccen, permitindo que as ações de resposta fossem tomadas prontamente - declarou o tenente-coronel Otto Luiz Ramos da Luz, coordenador do Centro de Coordenação e Controle de Emergência Nuclear (Cccen).
O Comitê de Planejamento de Resposta a Situações de Emergência Nuclear no Município de Angra dos Reis (Copren/AR), que faz o planejamento das ações dos exercícios, reúne representantes da Eletrobras/Eletronuclear; da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen); da Secretaria Nacional de Defesa Civil; da Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro e de Angra dos Reis; do Corpo de Bombeiros; da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR) é o responsável pela supervisão do exercício, já que é o órgão central do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (Sipron).
-Embora o exercício parcial seja menor, ele não é menos importante que o exercício geral. A simulação de um evento que chega a emergência geral nos demonstra a capacidade de ativar os centros de emergências e constatar a capacidade de comando, coordenação e controle, além de verificar a eficiência da logística para atender a uma emergência - disse o diretor do Sipron, Saul Zardo, que supervisionou o exercício contando com uma equipe de avaliadores.
Em casos de eventos de emergência nas usinas nucleares brasileiras, o Plano de Emergência de Angra 1 e Angra 2 prevê a mobilização imediata de uma rede nacional de contatos, envolvendo centenas de profissionais, nos três níveis de governo. Além de telefonia fixa e celular, há conexão via satélite, o que garante a continuidade da comunicação mesmo em casos extremos, como apagões de energia ou quedas de torres de telefonia. O Exercício Parcial permite, entre outras ações, avaliar a capacidade de comunicação entre as organizações envolvidas e a eficiência da ativação dos Centros de Emergência.
O cenário da simulação, que começou às 9h, foi composto de várias anormalidades, criadas de maneira que caracterizassem estágios de emergência, culminando com um acidente de perda total de alimentação elétrica interna e externa. Mesmo baseado em uma situação fictícia, o exercício parcial é uma operação complexa que envolve diversas entidades civis e militares. Por isso, a fim de evitar que houvesse o risco de as comunicações serem confundidas com uma emergência real, todas as mensagens entre os órgãos envolvidos foram ser iniciadas e encerradas com o uso da expressão “isto é um exercício”.  O exercício terminou às 12h.
A declaração de alerta durante o exercício ativou o Plano Setorial de Emergência (PSE) e o Plano de Emergência Externo (PEE/RJ). O Centro de Coordenação e Controle de Emergência Nuclear (Cccen) foi ativado no quartel do Corpo de Bombeiros. Dezoito representantes de instituições, órgãos e empresas foram acionadas para o local, de onde acompanharam todas as atividades ocorridas durante o exercício. Também foram ativados: o Centro de Informações de Emergência Nuclear (Cien), o Centro da Secretaria de Governo e Defesa Civil de Angra dos Reis, o Centro Estadual de Gerenciamento de uma situação de Emergência Nuclear (Cestgen) e os centros internos da Eletronuclear.
Visando manter o PEE/RJ sempre em condições de acionamento, nos anos pares são realizados os Exercícios de Emergência Parcial, e nos anos ímpares, os Exercícios de Emergência Geral, quando são postas em prática todas as ações revistas no Plano, inclusive a simulação de evacuação da população circunvizinha à Central Nuclear.

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