Procissão Marítima já está em pauta

TurisAngra propõe que a Associação dos Organizadores de Barcos da Procissão Marítima organize o evento

Terça-Feira, 26/10/2010 | .

Faltando um pouco mais de dois meses para a Procissão Marítima de 1º de janeiro de 2011, a TurisAngra promoveu ontem, 25, o primeiro encontro com os representantes da Associação dos Organizadores de Barcos da Procissão Marítima de Angra dos Reis. Na conversa, o presidente da TurisAngra, Marcus Veníssius Barbosa, fez um balanço com os diretores da associação sobre a logística montada para o evento deste ano, que acabou não acontecendo, apesar de toda a estrutura e programação pré-procissão terem sido realizadas, como por exemplo, na inovação de um espaço montado no Cais de Santa Luzia para que as galeras comercializassem seus abadás.


  “Fizemos em conjunto uma avaliação do que planejamos para acontecer na última procissão, do que funcionou, do que agradou às galeras, as melhorias que podem ser feitas, analisando somente a programação até 31 de dezembro, como a tenda que possibilitou, durante cinco dias, a badalação com DJs na área em que as galeras puderam comercializar suas camisas, já que a procissão não aconteceu”, disse Veníssius. Para os representantes das galeras a estrutura da tenda para a venda dos abadás funcionou e eles propuseram a sua manutenção para a próxima procissão.


  “Não temos dúvidas de que esse espaço deve ser mantido. Antes, as galeras não tinham uma área especifica para comercializar seus abadás, num local de grande visibilidade como é o Cais de Santa Luzia, chamando a atenção não só dos angrenses como dos turistas. Uma boa estrutura e um ambiente de muito alto astral comandado pelo som de DJs”, comentou Márcio Frederico, presidente da entidade. Após essa análise, o presidente da TurisAngra fez uma proposta aos dirigentes da associação, para que a entidade passasse, a partir de agora, a fazer a organização da procissão, com a Prefeitura de Angra dando os suportes financeiros e estruturais necessários para que o evento aconteça..


  “Essa experiência de ter uma entidade representando os interesses e desejos de um segmento tem funcionado. Um exemplo é o carnaval, na relação com a Abcar, por isso, acreditamos que possamos ter o mesmo resultado positivo com a associação dos barcos da Procissão Marítima. O que estamos propondo é que a entidade assuma a organização do evento na escolha e seleção dos jurados, na montagem do regulamento e nas regras da concorrência da procissão, na definição da premiação, no percurso dos barcos, obviamente, dentro de uma planilha de recursos possíveis a serem investidos pelo poder público”, salientou Veníssius.   


 


A polêmica continua sendo o preço dos barcos


 


  Nesta quinta-feira, 28, ás 19h30, a Associação dos Organizadores de Barcos da Procissão Marítima de Angra dos Reis promoverá no auditório do  Colégio Estadual Arthur Vargas (Ceav), na Rua Coronel Carvalho, Centro, um encontro com seus associados,  representantes das galeras das embarcações, e todo o conteúdo proposto pela TurisAngra será repassado, para que em conjunto, a entidade tome uma decisão sobre o fato de a associação vir a assumir a organização da Procissão Marítima. O vice-presidente Wellington Nunes viu com bons olhos a proposição da TurisAngra, mas admite que esse tema deva ser amplamente debatido entre as galeras e decidido democraticamente. 


  Mas o ponto que continua causando polêmica é o preço cobrado de aluguel das embarcações pelos seus proprietários. Os valores  nos últimos anos têm ficado em torno de R$ 10 a R$ 15 mil, preços considerados fora da realidade. Tomando como exemplo os alugueis cobrados pelos donos de saveiros a TurisAngra, que na baixa temporada por um período de oito horas chega a R$ 1.100,00 e que na alta temporada passa para R$ 1.500,00 e na Procissão Marítima os valores são majorados em cerca de 600%, chegando a R$ 8.700,00, e no período de carnaval o preço é quase o dobro R$ 2.900,00, conforme se comprava no pregão presencial – registro de preço – publicado no Boletim Oficial do município. Mesmo assim, abaixo dos valores aplicados no aluguel para as galeras. Segundo os barqueiros, o argumento é  que o saveiro fica a disposição das galeras durante dois dias, por causa da decoração e montagem da estrutura para o evento.


  “Já tentamos por inúmeras vezes negociar com os donos dos saveiros, mais especificamente com a Associação dos Barqueiros de Angra dos Reis, que mudou de nome, sendo transformada em Cooperativa de Turismo do Estado do Rio de Janeiro em Angra dos Reis (Coopertur –RJ). Não teremos outra alternativa a não ser trazer embarcações de fora do município, como algumas galeras já vêm fazendo nos últimos anos, trazendo barcos de Itacuruçá. Não temos como mais alugar saveiros a esse preço e ainda arcar com despesas da estrutura da embarcação, como bebidas, frutas, decoração, camisas etc. Por isso não conseguimos vender os abadás com preços menores. Ficamos impossibilitados de praticar valores mais populares ou mais acessíveis na venda do ingresso. Por isso que cada vez mais galeras desistem de colocar barcos na procissão”, extravasou Wellington.

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