A praça Zumbi dos Palmares, Centro de Angra, ficou repleta de pessoas, na noite do dia 19, durante as comemorações ao Dia da Consciência Negra ( 20 de novembro). Capoeira com os grupos Abadá e Congo e os jongos do Bracuí e da Gamboa deram vida ao espaço com o som cadenciado dos seus tambores e atabaques.
Debate com a doutoranda da Uerj Magali de Almeida, professor Joilson, ambos do Rio de Janeiro, e Délcio Bernardo, do Ylá Dudu de Angra, e uma colorida exposição atraíram um grande público para o evento, que foi realizado pelo Grupo Ylá Dudu e apoiado pela Fundação Cultural de Angra (Cultuar).
Imagens em papel machê, recortes de jornais e bibliografia de importantes nomes de personagens negros do Brasil e do exterior ficaram expostos na Praça Zumbi dos Palmares durante todo o evento.
As atividades realizadas pelo grupo de consciência negra da cidade, o Ylá Dudu, tiveram como cunho principal combater o racismo e valorizar as ações da comunidade afro-brasileira, que tanto contribuem para o enriquecimento do país.
Na plateia, acompanhando atentamente toda a festa, se encontrava o presidente da Cultuar, Roberto Peixoto, que participou pelo segundo ano consecutivo das atividades. Ele enfatizou que, “sempre que for possível, a Cultuar estará colaborando com o Ylá Dudu, porque entendemos que o evento contribui em muito com o processo de discussão e implementação de políticas afirmativas para o negro no Brasil, e que esta discussão precisa ser ampliada”.
No palco, as coordenadoras do Ylá Dudu, Jaqueline e Margarida, contaram a história de luta da entidade, que está completando 20 anos de fundação. Agradeceram a participação da Cultuar para que o evento pudesse ser viabilizado e a colaboração de parceiros históricos do Ylá Dudu, como a Sapê, Sepe e diversos outros sindicatos, que sempre fortaleceram suas ações em Angra.
Ana Maria Biechini, moradora do Bracuí, estava na praça com a família e aprovou a iniciativa. “Acredito que mais nomentos como este deveriam se repetir na cidade, porque, mesmo que as pessoas digam que no Brasil não existe racismo, nós - negros e descendentes- sofremos discriminações diversas no dia a dia, e precisamos trabalhar muito mais ainda para reverter esse quadro”.