Homenagem aos mortos do Aquidabã

Militares, civis e representantes dos poderes Executivo e Legislativo se reuniram no monumento

Quinta-Feira, 22/01/2009 | .

 

Como acontece em todos os anos, a cerimônia alusiva às vítimas do naufrágio do encouraçado “Aquidabã” foi uma bela homenagem. Às 15h do dia 21 de janeiro, quarta-feira, aos 103 anos do naufrágio, se reuniram no monumento Aquidabã militares, civis e representantes dos poderes Executivo e Legislativo da cidade de Angra dos Reis .

O comandante do Colégio Naval, capitão-de-mar-e-guerra José Luiz Ribeira Filho discursou relatando a história do chamado “Tigre de Aço”, o Aquidabã.

Uma salva de 13 tiros, em reverência àqueles que perderam suas vidas a serviço do país foi disparada, na Baía da Jacuecanga, pelo navio-patrulha “Guarajá”. Em seguida, uma aposição floral ao pé do monumento selou a homenagem, e pétalas de rosas no local do naufrágio foram lançadas.

Os representantes do prefeito Tuca Jordão, Moisés Nunes de Alencar, subprefeito da região norte (Camorim a Garatucaia); e da Câmara Municipal, vereador Leandro Silva, estiveram presentes.

– É uma data importante, um marco histórico na nossa cidade. Temos a honra de homenagear esses heróis da história brasileira aqui nesse belo cenário, em parceria com a Marinha do Brasil – declarou Moisés Nunes de Alencar.


Histórico do Aquidabã


O navio, classificado como encouraçado de esquadra, era considerado um dos mais avançados da época. Participou de várias batalhas e missões, entre elas, uma participação especial em novembro de 1891, quando, com um tiro de canhão, ajudou a impedir uma tentativa de golpe de estado. O tiro atingiu uma das torres da Igreja da Candelária, no Centro do Rio de Janeiro.

Dois anos depois, outra participação decisiva aconteceu durante a Revolta da Armada, quando o seu primeiro comandante, Almirante Custódio de Melo, reassumiu o navio e chefiou uma rebelião contra o governo republicano de Floriano Peixoto.

Em 21 de janeiro de 1906, fundeado na Baía de Jacuecanga, em Angra dos Reis, junto com os cruzadores “Barroso” e “Tamandaré”, o “Aquidabã”, após violenta explosão, afundou quando faltavam poucos minutos para as 23h. Por algum motivo que até hoje se desconhece, o “Aquidabã” transformou-se em uma enorme bola de fogo e partiu-se ao meio, levando para o fundo do mar 212 homens de sua tripulação, inclusive três Almirantes e o comandante, o capitão-de-fragata Arthur da Serra Pinto. Salvaram-se 98 pessoas.

A história da catástrofe logo se espalhou, virando manchete nos principais jornais de todo o mundo. Atualmente, os destroços do “Tigre de Aço”, como foi finalmente apelidado, repousam a uma profundidade entre 10 e 18 metros, ao largo do monumento inaugurado na Ponta do Pasto, em 1913, como uma justa homenagem àqueles que perderam suas vidas nessa explosão. Para o monumento foram transferidos alguns restos mortais das vítimas, com o consentimento dos familiares.


Monumento ao Aquidabã


Existe um projeto para a revitalização do monumento, localizado na Ponta Leste. O subprefeito Moisés de Alencar afirmou que a TurisAngra, em parceria com a Marinha do Brasil, está viabilizando com a Prefeitura Municipal meios para transformar o local em um ponto turístico com um alto índice de visitação. Para isso será feito um monitoramento constante na área, para afastar o vandalismo e preservar o patrimônio.


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