Abraão festeja o padroeiro

A comunidade do Abraão, na Ilha Grande, festejou na noite de terça-feira, dia 20, o Dia de São Sebastião.

Quinta-Feira, 22/01/2009 | .

 

A comunidade do Abraão, na Ilha Grande, festejou na noite de terça-feira, dia 20, o Dia de São Sebastião, padroeiro local. A chuva atrapalhou o cortejo religioso, e todos os festejos foram celebrados na própria igreja.


As folias de Reis Folia de Santos Reis, Estrela Guia, do Mestre Codrato, e Companhia de Reis Luz Divina, do Mestre Marcão, estiveram presentes nos festejos. Assim como a Banda da Cidade, que muito contribuiu para o brilho das celebrações.


A Fundação de Cultura de Angra dos Reis, a Cultuar, apoiou o evento.



A igreja na Ilha Grande




A igreja de São Sebastião é referência histórica e cultural da Ilha Grande. Ela fica localizada na praça principal da Vila do Abraão e tem cerca de 150 anos de existência. Foi construída antes da visita de D. Pedro II à Ilha, e recentemente em 2002, totalmente reformada. Quem cuida da igreja e organiza as celebrações é a dona Lucia. Ela foi criada e mora há muitos anos na Vila do Abraão e desde menina ajuda com as festas e a organização diária.


Todo santo dia, dona Lúcia abre a capela às 7 da manhã e só a fecha após a Ave-Maria, que toca pontualmente às 18 horas, depois das badaladas do sino.


A paróquia responsável pela capela de São Sebastião fica em Jacuecanga e as missas acontecem sempre às segundas e quartas sextas-feiras de cada mês. Padres de todo o Brasil já visitaram e participaram das missas na igreja de São Sebastião.


Na igreja, a interação com os moradores é fundamental, ela oferece formações religiosas tradicionais, como a primeira comunhão, o círculo bíblico etc. E também cede seu espaço para um trabalho de imenso valor feito pelo Dionísio (morador da Vila), que é o apoio psicológico dado aos alcoólatras que querem se restabelecer. O famoso A.A. (Alcoólicos Anônimos) reúne seu grupo todas as quartas e sábados de cada mês após a celebração.


A capela de São Sebastião possui uma programação fixa semanal para as famílias com Círculo Bíblico às quintas, ladainha das almas às segundas, ladainha do Sagrado Coração nas sextas e a celebração da palavra aos sábados e domingos, todos sempre às 19 horas.



História de São Sebastião



São Sebastião nasceu em Narvonne, França, no final do século III, e desde muito cedo seus pais se mudaram para Milão, onde ele cresceu e foi educado. Seguindo o exemplo materno, desde criança São Sebastião se mostrou forte e piedoso na fé.


Atingindo a idade adulta, alistou-se como militar nas legiões do imperador Diocleciano, que até então ignorava o fato de Sebastião ser um cristão de coração. A figura imponente, a prudência e a bravura do jovem militar tanto agradaram ao imperador, que este o nomeou comandante de sua guarda pessoal. Nessa destacada posição, Sebastião se tornou o grande benfeitor dos cristãos encarcerados em Roma naquele tempo. Visitava com frequência as pobres vítimas do ódio pagão, e, com palavras de dádiva, consolava e animava os candidatos ao martírio aqui na terra, que receberiam a coroa de glória no céu.


Enquanto o imperador empreendia a expulsão de todos os cristãos do seu exército, Sebastião foi denunciado por um soldado. Diocleciano sentiu-se traído, e ficou perplexo ao ouvir do próprio Sebastião que era cristão. Tentou, em vão, fazer com que ele renunciasse ao cristianismo, mas Sebastião, com firmeza se defendeu, apresentando os motivos que o animavam a seguir a fé cristã e a socorrer os aflitos e perseguidos.


O imperador, enraivecido ante os sólidos argumentos daquele cristão autêntico e decidido, deu ordem aos seus soldados para que o matassem a flechadas. Tal ordem foi imediatamente cumprida: num descampado, os soldados despiram-no, amarraram-no a um tronco de árvore e atiraram nele uma chuva de flechas. Depois o abandonaram para que sangrasse até a morte.


À noite, Irene, mulher do mártir Castulo, foi com algumas amigas ao lugar da execução, para tirar o corpo de Sebastião e dar-lhe sepultura. Com assombro, comprovaram que o mesmo ainda estava vivo. Desamarraram-no, e Irene o escondeu em sua casa, cuidando de suas feridas. Passado um tempo, já restabelecido, São Sebastião quis continuar seu processo de evangelização e, em vez de se esconder, com valentia apresentou-se de novo ao imperador, censurando-o pelas injustiças cometidas contra os cristãos, acusados de inimigos do Estado.


Diocleciano ignorou os pedidos de Sebastião para que deixasse de perseguir os cristãos, e ordenou que ele fosse espancado até a morte, com pauladas e golpes de bolas de chumbo. E, para impedir que o corpo fosse venerado pelos cristãos, jogaram-no no esgoto público de Roma.


Uma piedosa mulher, Santa Luciana, sepultou-o nas catacumbas. Assim aconteceu no ano de 287. Mais tarde, no ano de 680, suas relíquias foram solenemente transportadas para uma basílica construída pelo imperador Constantino, onde se encontram até hoje. Naquela ocasião, uma terrível peste assolava Roma, vitimando muitas pessoas. Entretanto, tal epidemia simplesmente desapareceu a partir do momento da transladação dos restos mortais desse mártir, que passou a ser venerado como o padroeiro contra a peste, fome e guerra.


As cidades de Milão, em 1575, e Lisboa, em 1599, acometidas por pestes epidêmicas, se viram livres desses males, após atos públicos suplicando a intercessão deste grande santo. São Sebastião é também muito venerado em todo o Brasil, onde muitas cidades o têm como padroeiro, entre elas, o Rio de Janeiro.


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