Uma campanha de desratização está acontecendo no município desde fevereiro. A infestação dos roedores, que costumam proliferar no lixo, em valas negras, em bueiros e perto de animais domésticos (por causa das rações e água deixados a noite), vem sendo combatida incisivamente pela Fusar, através da Coordenação de Zoonoses.
O local escolhido para o início da campanha foi o 3º Distrito, depois de uma série de reclamações da população, cerca de 30 ligações diárias, pedindo o auxílio dos agentes de saúde para combater os ratos nas suas localidades. Os bairros do Camorim, Mombaça, Portogalo, Jacuecanga, Paraíso, Água Santa, Garatucaia, Caputera I e II, Ponta Leste, Monsuaba, Morro do Moreno, Cantagalo e Lambicada já receberam os agentes de saúde, que fazem a iscagem nas ninheiras dos ratos.
Além do 3º Distrito, a Praça do Porto, Cais de Santa Luzia e a Praia do Anil, emergencialmente, foram atendidas em virtude do carnaval. O Morro da Carioca, por maior número de denúncias de presença de ratos, também já foi visitado. O problema de lá era relacionado a grande concentração de lixo nas lixeiras. Um mutirão, que envolveu as secretarias de Meio Ambiente e de Saúde foi realizado para a desratização no morro, e um trabalho de conscientização com os moradores aconteceu.
– Os moradores têm o costume de colocar o lixo para fora de casa nos dias em que o caminhão do lixo não passa para recolher. A aglomeração do lixo é um chamariz para os roedores, que, se alimentam dos restos de comida e sujeira. Temos que nos conscientizar que, se fizermos a nossa parte e os moradores não cooperarem, não conseguiremos controlar os ratos do município – falou o presidente da Fusar, Adilson Bernardo.
Iscagens – venenos para ratos
Segundo a coordenadora de Zoonoses, Luana Jordão, as “iscagens“são feitas nos locais onde são encontrados os ninhos com veneno à base de difetialona. Os ratos mais encontrados nessas localidades são os da espécie Novergiccus, que são os grandes, conhecidos como ratos de esgoto. Eles geralmente são atraídos por alimentos com trigo e, por isso, o veneno é composto por cereais também.
Os ratos dessa espécie precisam de 30 ml de água por dia e, normalmente, acham água nos reservatórios para cães e gatos domésticos. Por essa razão, se aconselha não deixar ração e água para os animais à noite e trocá-los com constância durante o dia.
– Os ratos são muito inteligentes e se organizam em colônias muito bem estruturadas. O veneno que usamos atua a longo prazo, e só mata depois de três a sete dias. Os mais fracos são os que experimentam o novo alimento, e só em seguida o resto da colônia come também. Se usarmos veneno fatal e eles perceberem, eles se recusarão a ingerir a isca– explica Luana.
Por esta razão, os venenos são colocados nos locais sem ordenamento e limpeza do lixo, para que os roedores não percebam a ação de extermínio. E, só depois de sete dias, eles voltam para fazer a chamada “reiscagem” para evitar o efeito “boomerang”, que acontece quando eles não comem o veneno.
O veneno pode ser em bloco parafinado, usado para valas, valões e bocas-de-lobo, porque são resistentes à umidade. A isca também pode ser granulada, geralmente usada em ninheiras secas e residências. Como pó de contato, ele pode ser colocado onde se encontram evidências e trilhas de roedores.
Equipe dos agentes de saúde e Defesa Civil
A equipe é composta de 11 agentes e trabalha com mapeamento de ruas. Segundo o presidente da Fusar, mais seis agentes concursados serão acrescentados à equipe, que diariamente está realizando a campanha. O apoio da Defesa Civil está sendo muito importante, não apenas nas ações de desratização, mas em outras realizadas pela Fusar, como a campanha de combate à dengue.
– Nosso apoio tem sido total, pois estamos oferecendo apoio logístico aos agentes de saúde nas áreas de difícil acesso e áreas de risco. Esse trabalho é preventivo, e como a prevenção está dentro da Política Nacional da Defesa Civil, estamos nos empenhando ao máximo para colaborar – garante o subsecretário de Defesa Civil, José Carlos Lucas.
Conscientização da população
A Equipe de Educação e Saúde da Fusar também está presente realizando um excelente trabalho junto à equipe, que faz visitas regulares às residências, para conscientizar os moradores sobre a prevenção da infestação dos roedores. Todas as escolas da rede municipal do 3º Distrito já foram visitadas e a unidade do Perequê também. Palestras sobre roedores, pombos, morcegos e caramujos vêm sendo realizadas por profissionais da área da saúde nas escolas, e os resultados têm sido muito bons.
Manutenção
O trabalho de manutenção acontecerá de três em três meses, e nas localidades com maior infestação, onde existem valas, acontecerá com mais rapidez.
Nessa quinta-feira, 5, a campanha segue para o 2º Distrito, começando pelo Belém, que devido às últimas chuvas e enchentes, está precisando de cuidados mais específicos.