A abertura da II Mostra de Teatro Angrense, no último final de semana, sexta-feira, 27, sábado, 28 e domingo, 29, foi um sucesso. O evento, realizado pela prefeitura e pela Fundação de Cultura de Angra dos Reis (Cultuar), trouxe às praças do Centro da cidade peças de grupos angrenses de teatro, que levaram alegria à população.
Repetindo o sucesso do ano passado, a mostra contou com um público de aproximadamente 150 pessoas nas peças “Contando estórias”, da Cia. Álacre, e “O espetáculo não pode parar”, do Quintal do Circo, sexta-feira, na Praça da Matriz. No sábado, as peças apresentadas, na Praça do Porto, foram: “Quem ri por último”, do grupo Os Palhaçologistas e “O auto do trabalhador”, do grupo Cutucurim, e contaram com a presença maciça de uma platéia de 200 pessoas. No domingo, também na Praça do Porto, apesar da chuva, a Cia. da Lua apresentou a tradicional peça “Viagem à Baía dos Reis”. E finalizando a noite, o grupo Cutucurim com a montagem “O vaqueiro que não sabia mentir”.
– Estamos numa expectativa muito grande para este evento, que promove a cultura da nossa cidade e valoriza nossos artistas. Nossa intenção é levar para as comunidades o acesso ao teatro, incentivando-os a interagir com as peças e mostrar nosso crescimento como profissionais do teatro – informou Mário dos Anjos, presidente da Cultuar.
Contando estórias
A peça “Contando estórias”, da Cia Álacre, que contou com os atores André Bernardo, Letícia Issen e Paula Lima, foi um sucesso entre as crianças. O roteiro, uma criação coletiva do grupo, segue uma linha de improviso e interage com o público. As histórias passeiam pela imaginação infantil e se dão com três crianças que contam divertidas situações vividas pelo lado lúdico, elemento comum na infância, como a história da “fadinha do dente”.
– Já percorremos diversos bairros de Angra com essa peça e viajamos para outras cidades do estado, participando de circuitos e festivais. Também temos percorrido as escolas do município, contando nossas histórias – contou Paula, uma das integrantes do grupo.
O espetáculo não pode parar
Essa peça do Quintal do Circo conta a história do Palhaço Pamonha, que com seu humilde picadeiro, guardado dentro do triciclo personalizado, percorre ruas, praças e calçadas em busca de sua platéia.
Encontrada a platéia, o espetáculo acontece através da fantasia e inocência do palhaço, que, com sua destreza, apresenta sequência de números com músicas, danças, mágicas, truques e malabarismos.
– É muito envolvente! Temos a sensação de que a apresentação acabou de começar – comentou Fernando Augusto, que estava com a esposa e os dois filhos assistindo à peça.
O conhecido ator e palhaço Luciano Araújo, que é um batalhador das atividades circenses no município, tem feito sucesso com o espetáculo, montado há um ano atrás para a I Mostra de Teatro Angrense.
Quem ri por último
– Quem já não fez uma brincadeira de mau gosto? – é assim que o espetáculo começa. Com uma simples brincadeira, criando uma confusão entre os dois palhaços, representados pelos atores Silvana Libório e Tiago Cena. A peça se desenvolve a partir de cenas circenses e envolve o público em uma atmosfera de grande alegria.
O roteiro é dos próprios atores, que montaram o espetáculo há dois anos e já se apresentaram em vários bairros do município. Eles estão se preparando para a próxima peça “Ai lóvi iú tantú”, que estréia em um mês no Centro da cidade. Para quem gosta, os ensaios, abertos ao público, acontecem na Praça da Porteira todos sábados, a partir das 15h.
O Auto do Trabalhador
Com texto original do dramaturgo João Siqueira e adaptação de Mário dos Anjos, a peça, ganhadora de 43 prêmios e indicada mais de 70 vezes a muitos outros, é sempre um sucesso arrebatador onde se apresenta. Com diversas apresentações fora do estado e até mesmo fora do Brasil – em Santiago, no Chile – a montagem de cinco anos conta com nove atores que contam a saga de um casal nordestino, José e Maria. O casal que tem uma vida de sofrimento, modificada com a visita de um anjo carteiro, que anuncia a Maria a chegada de um filho e a ida do casal para o Rio de Janeiro. A partir daí, a história se desenrola em uma sucessão de situações engraçadas, passadas em uma favela, onde moram os primos Isabel e Zacarias. No Rio, procuram emprego e não encontram, e acabam em uma fila do INSS, com Maria dando à luz. O “Auto do Trabalhador” mistura símbolos folclóricos do nosso país com fatos e situações atuais em nossa sociedade.
Viagem à Baía dos Reis
A peça da Cia. da Lua já se apresentou em muitos bairros e tradicionalmente se apresentava em auto-mar, em passeios de escuna, contando de maneira alegre e descontraída os principais fatos, as lendas e o folclore de Angra dos Reis. Com um time de quatro atores, o grupo divertiu e relembrou à platéia a história de Angra, uma das cidades mais antigas do Brasil, que completou 507 anos no dia 6 de janeiro de 2009.
O vaqueiro que não sabia mentir
Mais um espetáculo do grupo Cutucurim, dirigido por Mário dos Anjos, que conta uma história de um ganancioso fazendeiro, chamado Sebastião. Ele aposta com o fazendeiro Euzébio, um saco de dinheiro que irá fazer o seu fiel vaqueiro Chico, que nunca mente, contar uma mentira “das brabas” para ele. Com o intuito de ganhar a aposta, o fazendeiro Sebastião, junto com sua filha, Linda Flor, armam um plano. Ela começa a se aproximar e faz com que Chico se apaixone por ela. Desta forma, pede que ele mate o boi “Barroso”, boi de estimação do seu patrão, acreditando que Chico irá mentir quando o patrão perguntar pelo boi.
Com muito humor, o Cutucurim buscou na cultura de tradição popular elementos para mostrar esta linda história e divertiu o público, que mesmo intimidado pela chuva, compareceu à praça.
Programação em outros bairros
1º de abril
Quadra do Morro do Carmo
18 h – O auto do trabalhador – Cutucurim
2 de abril
Mambucaba
20 h – 3 em 1 – Trupe do descoco
3 de abril
Monsuaba
18 h – Viagem à Baía dos Reis – Cia. da Lua
19 h – Por que a noiva botou o noivo na Justiça? – Fábrika do Entretenimento
4 de abril
Campo da Gringa – Mambucaba
18 h – Por que a noiva botou o noivo na Justiça? – Fábrika do Entretenimento
19 h – 3 em 1 – Trupe do descoco
5 de abril
Praça da Porteira – Japuíba
18 h – Contando estórias – Cia. Álacre
19 h – O espetáculo não pode parar – Quintal do Circo