Espetáculos de sexta-feira no Teatro de Rua

Na sexta-feira, 8, das 16 às 22h, quatro excelentes espetáculos prenderam a atenção de todo mundo que passava pelas praças da cidade, durante o 14º Encontro Nacional de Teatro de Rua: “Cíclopes, “A lenda da Bica da Carioca”, O Cordel do Pega pra capá” e o “Cabra que matou as cabras”.

O primeiro a se apresentar foi o Grupo Cia. De Mystérios e Novidades (RJ), às 16h, com a peça Cíclope, que recebeu o prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz. O grupo ocupou o amplo espaço da Praça Zumbi dos Palmares ( Largo do Mercado) e foi aplaudido por um grande público que ficou encantado com toda a performance dos atores. cenário criativo e as músicas marcantes. Cíclope, um drama satírico, adaptado da obra “Eurípedes‘, contou a história do gigante antropofágico Polifemo, de um olho só e de uma uma legião de demônios, libertinos e fanfarrões em pernas-de-pau e suas histórias.

Logo em seguida, às 18h, na Praça da Matriz, a Cia. Gente de Teatro (BA) apresentou a comédia “Cordel do pega pra capá”, um espetáculo que se dá em uma feira de uma cidade pequena do interior nordestino. A companhia mostrou com muito humor, o abuso dos fiscais, a reação dos feirantes e divertidos casos amorosos, tudo isto utilizando-se de muita música e um elenco maravilhoso.

A Cia.da Lua (A.Reis) também garantiu um grande público que se aglomerou, a partir das 20h, no Monumento da Bica da Carioca, para ver o grupo encenar a lenda do Chafariz da Carioca que conta um belo romance, que se passa no século XIX , entre o poeta Lopes e a jovem Clarisse. O espetáculo, que já é conhecido na cidade, tem como objetivo valorizar o patrimônio local. Diversas turmas do escolar noturno da cidade (EJA) estavam presentes e acompanharam atentamente toda apresentação como conta Dona Maria do Carmo Neves. “ Estamos aprendendo na escola as lendas de nossa cidade. E vendo-as sendo interpretadas pelos artistas, o aprendizado é muito melhor”.

A noite foi encerrada com a história do “Cabra que matou as cabras” da Cia de Teatro Nu no Escuro (GO), encenada na Praça da Matriz. O texto é uma adaptação da peça medieval francesa “A Farsa do Advogado Pathelin” mesclado com textos de cordéis , esquetes de picadeiro, fábulas medievais, ditos populares e vários elementos da cultura popular brasileira. Os atores na construção dos personagens partiram de imagens de corpos em transformação, com membros corporais atrofiados ou exagerados, produzindo imagens de corpos grotesco que deram um toque especial ao espetáculo.