A prefeitura, através da Cultuar, da Subprefeitura da Ilha Grande e da TurisAngra, promoveu uma reunião de avaliação do 13º Festival de Música e Ecologia da Ilha Grande, na sede do Parque Estadual da Ilha Grande, com os moradores da Vila do Abraão. O objetivo da reunião que acontece tradicionalmente após o evento, é identificar e resolver os pontos negativos e manter as atividades que estão dando certo na organização do evento. Estiveram presentes a diretora-executiva da Cultuar, Titi Brasil, o subprefeito Paulo Bicalho e a coordenadora do Centro de Informações Turísticas da TurisAngra, Maíra Pantoja. Representantes dos meios de hospedagem, do comércio, do Inea e moradores também participaram da reunião. O festival aconteceu na Vila do Abraão, nos dias 19, 20 e 21.
Um dos pontos negativos, o mais preocupante para os moradores, é a aglomeração de jovens na praça central da vila.
-A área de eventos está perfeita. Os shows, a montagem da estrutura, o festival em si, não há o que mudar. O que queremos é que não haja essa concentração desses jovens que sujam a vila com garrafas e latas de bebidas vazias, e dão uma má impressão do evento-disse o pousadeiro César Augusto dos Santos, expressando a mesma opinião dos demais moradores presentes.
Ficou acertado que a prefeitura se fará representar nas reuniões que acontecem no Fórum de Turismo da Ilha Grande, formado por 40 entidades, inclusive o Inea. Neste encontro serão discutidas algumas propostas feitas na reunião com o intuito de evitar o mesmo problema nos próximos eventos.
-A minha sugestão é que a comunidade se envolva também nas decisões sobre a organização do festival. Nós vamos participar do fórum e começar a planejar o festival do ano que vem, para que problemas como esse que aconteceram na praça da vila não se repitam-disse o subprefeito Paulo Bicalho, adiantando que carrinhos de som foram apreendidos, menores de idade que faziam uso de bebidas alcoólicas foram detidos e embarcações autuadas.
A diretora-executiva da Cultuar, Titi Brasil, lembrou que o evento cresceu e ganhou destaque no cenário nacional, e que, com ele, os problemas surgiram.
-Montamos uma estrutura, não só física, mas de nível organizacional, também. Um comissário de menores foi enviado pelo Juizado da Infância e da Juventude, e fez o seu trabalho. A Polícia Militar também atuou no sentido de proibir o consumo de bebidas por menores de idade e nas ações criminais, e a Capitania dos Portos agiu no cais. A parceria evitou que complicações maiores acontecessem. Vamos elaborar uma ata com o novo modelo do festival incluindo as propostas dos moradores-falou Titi Brasil.
Sugestões diversas foram apresentadas pelos moradores como: proibir a entrada na vila de garrafas de bebidas. Isso, segundo eles, evitaria o transtorno causado pelas centenas de vasilhames quebrados e jogados no chão da praça, onde acontece a concentração maior dos jovens. Outra proposta é que, com a construção do novo cais pela prefeitura, que prevê a implantação de uma catraca, se cobrariam ingressos para o festival. O que, de acordo com os moradores, daria maior controle na entrada de pessoas no Abraão. Uma discussão mais abrangente sobre o tema ecologia, através de oficinas e palestras, também foi cogitada
A comunidade também não ficou satisfeita com o número de horários extras, 13, que a Barcas S/A disponibilizou para o festival, com acessos de Angra e Mangaratiba, para a Vila do Abraão. O que, para eles, aumentou em muito o número de pessoas na vila. Essas e outras propostas serão discutidas durante a reunião do fórum que acontece no sábado, 17 de julho.