A cultura popular foi reverenciada mais uma vez na III Festa do Saci, de 31 de agosto a 5 de setembro no Centro Cultural Theophilo Massad. Um grande público acompanhou todas as atividades que foram escolhidas especialmente para o evento, que neste ano inovou, ficou mais rico em qualidade e mais bonito visualmente.
A grande festa foi realizada pela prefeitura e a Cultuar, em comemoração ao Dia do Folclore (22 de agosto), para mostrar como as manifestações culturais são importantes para a vida de quem as conhece, valoriza, vive e preserva, passando-as para as novas gerações, como exemplificou o educador e jornalista angrense Délcio José Bernardo, dos grupos de Consciência Negra Yla Dudu e Jongo do Bracuí, durante o lançamento do documentário “Jongo, Calango e Folias”, na noite do dia 3, no auditório do centro cultural.
-Quando crianças, em minha comunidade - que era muito pobre - depois de uma noite de jongo, nos sentíamos tristes porque muitas pessoas tinham preconceito e nos rotulavam como macumbeiros, mas não no sentido exato do que é a macumba, mas no pejorativo. Não entendíamos direito o porquê daquilo. Mas o que era importante é que sabíamos que o jongo fazia parte da história de nossa família e de todos os descendentes de escravos, enfim, de nossas raízes. Enquanto dançávamos o jongo com os mais velhos, nos sentíamos as pessoas mais felizes do mundo, ricos de felicidade – disse Délcio. O lançamento do documentário, seguido de uma palestra, apresentação de Jongo e Folia de Reis do Bracuí, reuniu a população em geral, moradores do Bracuí, professores da UFF, representantes dos movimentos cultural, negro e ambiental da cidade e uma das diretoras do filme, a professora de história da UFF, Marta Abreu.
A Cultuar caprichou na programação da III Festa do Saci apresentando outras diversas atrações como música, I Mostra de Audiovisual da Cultura Popular, teatro, palestras, exposição, exibição de documentários e cirandeiros de Tarituba (Paraty).
A programação foi muito elogiada pelo público, formado principalmente por alunos e professores de várias escolas municipais, que compareceram em peso ao Centro Cultural Theophilo Massad. O espaço estava todo caracterizado. Logo na entrada, um grande boneco do saci dava as boas-vindas para o público e encantava as crianças. Nos salões, diversos outros bonecos atraíam a atenção, pelas cores e poses divertidas. A criatividade dos artistas plásticos também se fez presente, através de uma exposição de pinturas do personagem em destaque, inclusive apresentando como novidade uma saci perereca. Um cantinho especial também foi reservado para leitura de histórias folclóricas e entretenimentos como o jogo de adivinhações de ditados.