Exercício Geral de Resposta a Emergência Nuclear

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Jorge Armando Félix, chegou a Angra dos Reis no final da tarde de quarta-feira, 21, e foi recebido pelo prefeito Tuca Jordão e o secretário de Governo e Defesa Civil, Carlos Alexandre Soares. A recepção ao ministro, que veio participar do Exercício Geral do Plano de Emergência da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, na quinta´feira, 22, aconteceu no Salão Nobre da Prefeitura de Angra.

O ministro Jorge Félix e sua comitiva, assistiram a uma apresentação feita pelo secretário Carlos Alexandre sobre os investimentos e programas realizados na Subsecretaria de Defesa Civil, instituição fundamental para o Plano de Emergência Externo das usinas nucleares, e logo após, foram conhecer as dependências da Defesa Civil.

O prefeito Tuca Jordão vai acompanhar o ministro durante a realização do exercício. Ao final das atividades, Jorge Félix fará uma avaliação do evento, já que é a primeira vez que participa do simulado.

-Estamos satisfeitos com o interesse do ministro Jorge Félix no exercício. O exercício geral é fundamental para sua execução em caso de uma emergência real-disse o prefeito, que já agendou uma visita ao gabinete de Segurança Institucional para buscar, através de parcerias do setor, investimentos no município.

Exercício Geral

O Exercício Geral do Plano de Emergência da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, onde estão as usinas Angra 1 e Angra 2, e em construção Angra 3, acontece nesta quinta-feira, 22. O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR) é o responsável pela coordenação do exercício, já que é o órgão central do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (Sipron). A organização detalhada das ações foi realizada pelo Comitê de Planejamento de Resposta a Situações de Emergência Nuclear no Município de Angra dos Reis (Copren/AR). O comitê reúne representantes da Eletronuclear, Cnen, Prefeitura de Angra dos Reis, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Defesa Civil e Corpo de Bombeiros.

Simulado

Tendo como cenário a simulação de um acidente em Angra 1, o exercício permite avaliar a eficácia do plano, identificar possíveis pontos vulneráveis e aperfeiçoá-los. Mesmo baseado em uma situação fictícia, o exercício é uma megaoperação que envolve entidades civis e militares e a população da região.

O quadro simulado inclui o risco de liberação de radiação para o meio ambiente, a contaminação de um funcionário da usina e a decretação de situação de emergência. Parte dos residentes em um raio de cinco quilômetros em torno das usinas, incluindo habitantes das ilhas, será removida e abrigada em escolas estaduais, municipais e no Colégio Naval de Angra dos Reis. Os moradores dessas comunidades assistiram, durante os meses de setembro e outubro, a um ciclo de palestras sobre o Exercício. Eles foram convidados e participarão voluntariamente das ações do dia 22.

Exército, Marinha e Aeronáutica mobilizarão aeronaves, embarcações e veículos terrestres. Integrantes da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária organizarão o deslocamento de automóveis e pedestres. Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e unidades hospitalares auxiliarão no atendimento à população. Profissionais da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), unidade do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), ficarão de prontidão para medir a radioatividade na região e monitorar pessoas que possam ter recebido doses de radiação.

No período de 1996 a 2008 foram realizados diversos exercícios de resposta a emergência nuclear na CNAAA. Eles contaram com a participação de peritos e observadores nacionais e internacionais, incluindo integrantes da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Essa troca de experiências já resultou no aprimoramento da legislação do setor e tem permitido um aperfeiçoamento contínuo dos procedimentos de resposta para uma situação de emergência.

PALESTRAS

Antecedendo o exercício aconteceu um ciclo de palestras. Foram 11 em nove dias, nas comunidades que estão num raio de cinco quilômetros das usinas, e também no Ciep Belém, que se torna abrigo para os moradores dessas localidades numa situação emergencial. Uma novidade no planejamento do exercício de 2009 foi a inclusão de alunos que frequentam as escolas municipais de educação especial: auditivos, visuais e altas habilidades. Quatrocentos e dez alunos foram atendidos por esta ação. As unidades de ensino Escola Municipal de Educação de Surdos, Unidade de Trabalho Diferenciado (autistas e altas habilidades) e Escola Municipal de Deficientes Visuais-CAP, atendem da creche ao 9º ano.

O intuito das palestras, que são ministradas Secretaria de Governo e Defesa Civil de Angra dos Reis, Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e Eletrobrás Termonuclear S. A, (ETN), é esclarecer os moradores das comunidades que estão localizadas no entorno da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto sobre os procedimentos do Exercício Geral de Resposta a Emergência.

Os encontros com as comunidades são programados dentro do plano de emergência para fortalecer a campanha de esclarecimento sobre os procedimentos usados durante o exercício geral que se realiza de dois em dois anos. Dentro ainda do plano acontecem diversos testes, entre eles, o das sirenes, todo dia 10 de cada mês, às 10h.