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A Fundação de Saúde de Angra dos Reis (Fusar) continua com suas ações de combate à dengue. A partir desta quinta-feira, dia 26, começa no bairro do Frade um grande mutirão para a coleta de lixo, os chamado “resíduos sólidos”. Agentes de controle de vetores irão percorrer ruas e residências identificando pontos de descarte de lixo, orientando os moradores, realizando o manejo ambiental e preparando os resíduos sólidos para a coleta, que será feita no sábado, dia 28, e domingo, dia 29, pelo caminhão da Subsecretaria de Serviço Público. As ações contra a dengue em Angra dos Reis também contam com o apoio da Defesa Civil municipal.
De acordo com o superintendente de Vigilância em Saúde, Diogo Ruiz, a ação se deve ao aumento de pelo menos 400% dos resíduos sólidos neste ano na região – A população está acumulando muito lixo e esse lixo, se não for adequadamente descartado, se torna um dos principais criadouros do mosquito – explica.
De acordo com o Levantamento de Índice Rápido (Lira), que funciona como um diagnóstico feito pelo município para averiguar índices do Aedes aegypti, Angra dos Reis tem 1,2% de índice de infestação. O trabalho foi iniciado no final do mês passado. De acordo com o superintendente, a porcentagem representa um risco médio, mas a Fusar e toda a população devem ficar em alerta no combate ao mosquito.
Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, Angra está entre as 12 cidades do Rio de Janeiro com o índice de manifestação acima do tolerável, que é de 1%. O levantamento do MS é feito com base nos resultados do Lira feito pelos municípios. Mas cabe ressaltar que dos 92 municípios do estado, apenas 22 fazem esse tipo de pesquisa.
Além do aumento do lixo, outros fatores que explicam o índice de infestação são as chuvas em demasia, ocorridas nas últimas semanas, o aumento de residências com caixas d‘água destampadas e o grande número de imóveis vazios ou fechados, que pertencem a veranistas.
Dentre as principais frentes de trabalho de prevenção à dengue realizadas pela Fusar, está o trabalho de visitação a residências feito pelos 142 agentes de controle de vetores, que vem sendo feito em todo o município, sempre com a meta de se visitar 3 mil residências por dia.
A Fusar também tem trabalhado na vedação das caixas d‘água. Quinze mil delas já foram vedadas e a fundação recebeu mais 3 mil tampas, que irão suprir a demanda nos próximos meses.
– Vamos intensificar o combate ao mosquito adulto, que é feito através do fumacê. Além dos dois carro que possuímos para este serviço, dentro de 20 dias estaremos recebendo 4 motofogs, para serem utilizadas nos locais de difícil acesso – explica Diogo Ruiz.
Com relação as casas fechadas, que pertencem aos veranistas, o superintendente adianta que a Fusar irá recorrer ao Poder Judiciário, sempre que preciso, para obtenção de liminares que possibilitem a entrada dos agentes naquelas que, por alguma razão, estiverem servindo de criadouro de mosquitos.
– A Justiça costuma conceder as liminares nesses casos, pois entende que se trata de uma questão de saúde pública – diz Ruiz.
O trabalho desenvolvido vem apresentando resultados. O município conseguiu reduzir drasticamente o número de casos de dengue em relação ao ano passado. Em 2008, foram 11.335 notificações, para 1820 casos confirmados. Neste ano, até o mês de setembro, havia 242 notificações, dessas, 14 casos foram confirmadas. De outubro a novembro, foram registradas 12 notificações de suspeita da doença, mas ainda não há nenhum caso confirmado.
A Fusar também vem investindo na capacitação de seus profissionais no tratamento de pacientes com dengue nas internações, para evitar que a doença se agrave e chegue aos níveis secundário e terciário.