Bananal em festa oriental

Ilha Grande é o Paraíso da Cultura Japonesa

Segunda-Feira, 28/07/2008 | .

A Enseada do Bananal, famosa por suas belezas naturais, é também conhecida por abrigar um antigo reduto da colônia japonesa na Ilha Grande. Para comemorar a chegada dos japoneses e suas influências, a Associação de Pousadas da Enseada do Bananal promoveu nos dias 25, 26 e 27 o 1º Festival da Cultura Japonesa na Ilha Grande com o apoio da Turisangra. O evento foi uma verdadeira demonstração da arte oriental com música japonesa, comidas típicas e diversas atividades para o público como: oficinas de mangá, oshiê, ikebana e origami, exposição de fotos, artesanato local e mostra de cinema. O atrativo mais procurado foi sem dúvida o shiatsu com vista para o mar. A programação ofereceu ainda apresentações de danças orientais e artes marciais (karatê e kobudô), taiko, undokai e shamisen, além de passeios de barco. 

            O evento lotou as oito pousadas da Enseada do Bananal que juntas somam trezentos leitos e atraiu centenas de visitantes durante o fim de semana. O vice presidente da Associação de Pousadas da Enseada do Bananal Geraldo Flávio Faraci era um dos mais animados com o sucesso do evento. 

- O festival superou as expectativas e o sucesso se deve ao trabalho feito através da união de todos os envolvidos - afirmou Geraldo.

Na Enseada do Bananal há um misto de influências caiçaras e orientais, onde vivem cerca de 200 japoneses e descendentes das primeiras famílias que por lá chegaram a partir da década de 30 vindas das plantações de algodão e café no interior de São Paulo e Santos. As famílias como a de Fumiko Hadama, uma das mais antigas moradoras da colônia, vinham para explorar a sardinha e então produzir um peixe defumado muito apreciado pela colônia japonesa. Fumiko lembra que a partir da década de 80 a atividade da salga da sardinha entrou em decadência e então as antigas fábricas transformaram-se em pousadas. Hoje a economia local é baseada no turismo. Além das oito pousadas, existe ainda no Bananal, um restaurante, uma escola de mergulho e uma mercearia. Todos os estabelecimentos são dirigidos por descendentes de japoneses estabelecidos na região.   

O chefe de gabinete da Prefeitura João Luiz Gibrail Rocha participou da abertura oficial do festival no sábado. Gibrail ventilou a possibilidade de o festival entrar para o calendário de eventos do município a partir do ano que vem.

- A instalação da colônia japonesa aqui no Bananal é de grande relevância histórica para Angra dos Reis. O relacionamento com a comunidade japonesa foi muito importante para nós. É preciso que seja preservado a memória dos antepassados pelos mais jovens assim como está acontecendo neste festival de cultura maravilhoso - disse Gibrail.   

                  

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