Abertura do VII Seminário de Maricultura

Angra, maior produtor de vieira do Brasil, vai investir no setor em 2010

Quarta-Feira, 18/11/2009 | .

Começou nesta quarta-feira, dia 18, o VII Seminário Estadual de Maricultura. O evento está sendo realizado no hotel Angra Inn e reúne maricultores de todo o estado, técnicos especializados, estudantes e representantes de empresas e instituições que apoiam a atividade. As atividades do seminário continuam até os dias 19 e 20. O objetivo é a troca de experiências e de informações que contribuam para o desenvolvimento e fortalecimento da maricultura fluminense.

 O evento é realizado anualmente na Região dos Lagos ou na Costa Verde, alternadamente. Na plateia havia, predominantemente, representantes dessas regiões, assim como entre os palestrantes. O secretário de Atividades Econômicas, Alexandre Tabet, participou do evento, representando o prefeito Tuca Jordão, em viagem à Argentina para divulgar o turismo em Angra dos Reis. Alexandre Tabet afirmou que a maricultura é um filão importante para o futuro, devido ao seu potencial de crescimento.

 – A maricultura é uma importante geradora de emprego e renda para o povo caiçara e tem muito potencial. Outro fator positivo é que a atividade não é danosa para o meio ambiente, e é disso que o mundo precisa – afirmou Tabet. Pensando no futuro do setor no município, o secretário e o prefeito Tuca Jordão firmaram parcerias para investimentos em 2010. Serão R$ 500 mil do governo federal e R$ 2 milhões provenientes da contrapartida da Eletronuclear. As parcerias foram anunciadas por Tabet no seminário. Mais de 30 famílias em Angra dedicam-se à maricultura, mas o número tende a aumentar com os investimentos para impulsionar o setor.  

 Durante a manhã, após a solenidade de abertura, foi feita uma apresentação  do panorama da maricultura na Costa Verde, que contou com a participação de maricultores de Paraty, Mangaratiba e Angra. Em Paraty, a atividade ainda é incipiente e os produtores sofrem com a dificuldade de legalização das áreas de cultivo, devido à existência de áreas de conservação ambiental, e com a produção sazonal e irregular. Já em Mangaratiba, embora os maricultores reclamem da falta de apoio, a questão da regularização vem sendo solucionada. Das 20 fazendas marinhas, 10 já conseguiram licença ambiental de operação. E a produção de mexilhão tem crescido no município.

 Em Angra a maricultura também tem crescido. O município é o maior produtor de vieira, também conhecida como coquile, do país. O molusco é o carro-chefe da maricultura angrense, seguido pelo mexilhão, pela ostra e pela produção de algas. Alguns experimentos com peixes começaram a ser feitos. A produção de bijupirá é a principal. O projeto é realizado em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande (Furg) e é pioneiro no Brasil na engorda da espécie. O estudante da Furg Arthur Rombenso, pós-graduando na área, falou sobre a implantação do projeto em Angra. Arthur abordou o potencial do cultivo, as características da espécie, que pode chegar a até 2 metros e 60 quilos. Os viveiros ficam na praia de Jaconema, na Ilha Grande. O local é adequado para a produção de bijupirá, por causa das águas limpas e calmas, o clima quente e a localização, entre o Rio e São Paulo, o que favorece a comercialização.

 O vice-presidente da Associação de Maricultores da Baía da Ilha Grande (Ambig), Ronaldo Souza Viana, falou sobre a maricultura em Angra. Ele traçou um perfil da produção, falou sobre as tecnologias utilizadas e apresentou números da comercialização. Em Angra existem 92 áreas de cultivo, 30 delas são da prefeitura, sendo 21 ativas e nove inativas. Neste ano a estimativa é de que sejam produzidas 1.500 dúzias de ostras, 10 toneladas de mexilhão e 18 mil dúzias de vieiras. A expectativa para 2010, com relação às vieiras, é de que a produção fique em torno de 40 a 50 mil dúzias. Os principais mercados compradores são São Paulo, Curitiba, Brasília, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Fortaleza.    

 A programação prossegue na quinta e sexta-feira, com palestras sobre assuntos como estratégias de desenvolvimento traçadas pelo Ministério da Pesca e Aquicultura, responsabilidade socioambiental, qualidade da água, mecanização do manejo, mercado mundial para moluscos, além de uma plenária para avaliação de propostas e visitas técnicas ao projeto experimental na praia de Jaconema e ao laboratório de produção de sementes de vieiras.    
      
 O evento é organizado pelo Sebrae, com o apoio da Prefeitura de Angra e da Associação Comercial e Industrial de Angra dos Reis, conta com o patrocínio da Shell e com a colaboração de órgãos e instituições ligadas à atividade, como o Ministério da Pesca e Aquicultura, Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inea) etc.

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