Os alunos angrenses Joyce da Silva Amaral, 12 anos, Francine Alves dos Santos, 14 anos, e Jonas Victor Porto, 12 anos, representarão o Estado e o município na III Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente na Escola, que acontecerá nos dias 3 a 8 de abril, em Brasília.
A conferência é uma parceria do Ministério da Educação (MEC) com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), e é voltado à pesquisa e ao debate, nas escolas, de alternativas civilizatórias e societárias para as mudanças ambientais globais. O projeto pretende dar subsídios a cada escola e a cada sala de aula, no processo de construção de conhecimentos sobre como “Vamos Cuidar do Brasil e do Planeta”. Mais uma vez, a escola tem a oportunidade de ser o espaço para aprendizagem permanente, baseada no diálogo e no respeito a todas as formas de vida.
A comunidade escolar, representada por cerca de 670 delegados e delegadas, entre 11 e 14 anos de idade, primeiramente escolhidos em uma conferência na escola e depois em uma conferência estadual, irá debater questões urgentes que envolvem o “pensar e agir global e localmente” e a construção de sociedades sustentáveis, justas e equitativas. No evento, será elaborado um outro documento coletivo, a Carta das Responsabilidades do Brasil.
O apoio da Secretaria de Educação, Ciência, Tecnologia, Esporte e Lazer no empenho em enviar os alunos representantes do município na conferência estadual foi imprescindível.
– Muitos municípios não dão recursos necessários para seus alunos participarem desse tipo de vivência, e nem enviam representações. Mas nós, nos esforçamos para conscientização dos nossos alunos sobre a nossa responsabilidade sobre o Meio Ambiente. Agora, estamos preparando os três para irem a Brasília – afirmou a secretária Luciane Rabha.
Na primeira etapa, a Conferência na Escola, os alunos produziram cartazes, baseados nos temas estudados e nas ações pensadas, de acordo com a responsabilidade social. O aluno Jonas, do 8º ano da C. E. Honório Lima, preocupado com a situação das praias do município, fez o seu cartaz descrevendo as ações a serem tomadas para a melhoria nas condições de balneabilidade das praias.
– Eu sempre me questionava ao ver as praias lindas que temos, muito sujas, como a Praia do Anil. Decidi colocar isso em um cartaz, e agora me sinto responsável pela luta da sua despoluição, que já começou a acontecer – explicou Jonas, muito comunicativo. Ele contou que se sentiu muito honrado em representar a cidade na Conferência Estadual Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente, que aconteceu em fevereiro, no Rio de Janeiro, e que comprou a briga, para ser multiplicador da consciência ambiental na sua escola para virar o jogo, segundo ele.
Nessa Conferência Estadual, 92 alunos foram escolhidos de scolas regulares de todas as cidades do estado, e mais três representantes de comunidades quilombolas, indígenas e de assentamento rural. No evento, de três dias, foram selecionados cerca de 27 alunos, que compõem a delegação do estado e que seguirão a Brasília em abril.
O município teve três representações, mas apenas dois alunos foram selecionados para a Nacional, e a aluna Francine Alves dos Santos, estudante do Colégio Estadual Indígena Karaí Kuery Randa, moradora da tribo do Bracuí, foi selecionada para representar as comunidades indígenas do estado, e fez muito sucesso na capital.
– Eu levei artesanato para vender para as pessoas valorizarem a nossa cultura – contou Francine, que gosta de cantar no Coral Guarani, que se apresenta em diversas localidades fora de Angra, e que Francine acompanha, como nas gravações da minissérie “Amazonia”, da Rede Globo. A índia, de 14 anos, foi a escolhida para ler a Carta das Responsabilidades do Estado com propostas de enfrentamento das mudanças ambientais globais. Ela superou as expectativas ao ler a carta, também, em guarani.
A terceira aluna, que também vai a Brasília em abril, é estudante da rede municipal e cursa o 7º ano na E.M. Áurea Pires da Gama, no Bracuí. Joyce da Silva Amaral é remanescente da comunidade quilombola e fez um trabalho que descreveu a cultura da sua comunidade, com colagens e desenhos.
– Nós mantemos o meio ambiente, e precisamos dele para o nosso sustento, pois vivemos da plantação da mandioca – falou Joyce, que contou sua paixão por jongo, uma dança típica dos quilombos, em que se dança descalço. A menina, muito simpática, já viajou para Brasília em 2008, para representar sua comunidade em um Encontro Nacional de Cultura das Comunidades Quilombolas, e falou que anda cerca de 4 km de bicicleta até a lan house mais próxima para navegar na internet, sua outra paixão.