Pela primeira vez na história da cidade de Angra dos Reis aconteceu um campeonato somente para bodyboarding: a Copa Rio de Bodyboarding chegou à cidade com o projeto Angra Bodyboarding Show. O evento teve o apoio total da Prefeitura de Angra, através da Subsecretaria de Esportes e Lazer. A cidade não fez feio e abraçou muito bem os atletas do esporte individual que é o maior detentor de títulos mundiais para o Brasil.
A participação foi efetivamente masculina e a etapa contou com 16 bodyboardings profissionais, oito na categoria Open, sendo quatro deles de Angra, e quatro na Master.
A expectativa para o evento era muito grande e, segundo o presidente da Copa Rio de Bodyboarding, Walter Andrade, o circuito é conhecido como o melhor do Brasil e por ser realizado por atletas para atletas.
– Somos muito parceiros dos competidores, que são os melhores do Brasil, que estão no Rio de Janeiro. Na verdade, estamos lutando por um novo formato de circuito e valorizando os atletas do nosso estado. Se não fizermos isso, não damos chance para a nova geração explodir no cenário do esporte – explicou Walter, que contou ainda que a terceira etapa aconteceu em Arraial do Cabo. – Viemos de um paraíso para outro paraíso – ressaltou.
O grande comentário entre os atletas era a surpresa que Angra guardava em suas águas: a Lage da Lagada, na Ilha da Gipóia, que foi desbravada por bodyboardings angrenses e, devidamente, apelidada por Lage do Dramim.
Sexta feira, 25 de setembro
O evento começou na sexta feira com uma coletiva de imprensa digna da grandeza do bodyboarding, onde um público bem participativo abrilhantou ainda mais a noite. A banda Tchopu empolgou a todos com o seu som, e tem na sua formação o bodyboarder Romulo Padotzke, que ficou assustado com a estrutura do evento, e, juntamente com a banda, abraçou o ideal da Copa Rio de reestruturar o esporte.
Na coletiva tivemos ídolos do passado, como Fábio Aquino; do presente, Hermano Castro, André Guaraná, entre outros; e atletas que poderão ser o futuro do nosso esporte, Nicholas Bastos e Caio Fabricius.
A secretária de Educação, Ciência, Tecnologia, Esporte e Lazer, Luciane Rabha, falou sobre o apoio irrestrito da prefeitura à realização do evento.
– Estamos muito honrados por recebê-los e estamos dando o suporte necessário para que vocês não apenas façam esta etapa aqui, mas que incluam a Lage do Dramim no calendário oficial de vocês – falou Luciane, enfatizando a importância do esporte como inclusão social. – Precisamos lutar mais pelo esporte, não apenas em Angra, mas em todo o Brasil, não apenas pelo futebol – frisou.
Após a coletiva, um coquetel foi servido, onde todos não escondiam a ansiedade pelo ínicio do evento e não escondiam a felicidade pelo “swell” (palavra em inglês para ondulação oceânica), que se aproximava da região da Costa Verde . Ao acabar o coquetel, a grande maioria dos atletas e envolvidos no evento se hospedaram na pousada WaterFront, que também abraçou o evento e acolheu os atletas em suas excelentes acomodações com uma vista maravilhosa para a igreja da praia do Bonfim.
Sábado, 26 de setembro
A empolgação dos atletas, por estarem participando de um momento histórico do bodyboarding nacional, era muito grande. Mas para a surpresa de todos, uma variação na ondulação, não prevista no roteiro, atrapalhou o “swell”, que não chegou com tanta intensidade. As ondas se quebravam perto de um metro na série, o que não impediu os atletas de darem o show, tão esperado para a competição.
O atleta André Guaraná, mesmo com o pouco tempo de treino que teve, pegou duas ondas e arrancou gritos do público do barco.
– Espero pegar essas ondas na bateria. Não estão muito grande, mas a formação está perfeita – falou ele, que foi o primeiro campeão da Copa Rio na categoria profissional.
A primeira categoria a entrar na água foi a categoria local, onde os atletas Rafael, Portugal, Cristian Thurbay e Dennys Rosa, que buscavam uma vaga para a categoria Open, iriam se juntar a mais sete atletas. Dennys foi quem venceu, mas encerrou sua participação na fase seguinte, onde não achou as mesmas ondas.
A final Open foi composta por Ricardo Ramos, Caio Fabricius, Marcelo Matos e Rafael Ferreira. Ricardo Ramos, que é chamado de Chocô por seus amigos, parecia muito nervoso na final e acabou cometendo duas interferências, o que o deixou na quarta colocação. Em terceiro lugar ficou o atleta de Ipanema, Marcelo Matos. A briga pelo título do primeiro campeão Open do Angra Bodyboarding Show ficou entre Caio Fabricius e Rafael Ferreira, mas Caio Fabricius estava inspirado e achou bons tubos, que lhe garantiram o título.
Na categoria para convidados tivemos a vitória do maior big rider (especialista em ondas grandes) da história do Brasil, Marcello Pedro. Max Sabino, que é um grande frequentador da laje do Dramin, ficou na segunda colocação. Luís Villar, que é top do circuito mundial, ficou em terceiro lugar e Elissandre Varella, em quarto.
A categoria mais esperada do dia era a profissional, onde os atletas com um nível elevadíssimo foram surpreendidos por um vento maral (lateral para o leste), que não é nada comum na região. O mar estava ficando perigoso e os atletas começavam a se machucar muito, já que a lage é coberta de ouriços. O vento não deixou a onda nem o pico definidos, e ao acabar a primeira fase, os atletas Santiago Tobar, Leo Leite, José Otávio, Nicholas Bastos, Felipe Mendes, André Guaraná, J. Urdan e Carlos Eduardo, que eram os classificados para o round seguinte, resolveram que era melhor parar o evento e dividir a pontuação e premiação entre si.
– Como o evento é promovido de atletas para atletas, entendemos que essa foi a melhor solução. Ficaram todos empatados em quinto lugar – falou o presidente da Copa Rio Bodyboarding, Walter Andrade. – Mesmo assim, estamos muito felizes pelo resultado. Angra poderá sediar uma etapa do circuito internacional – finalizou. Agora é só torcer.