Autoridades visitam Angra dos Reis

Encontros articulam o esforço conjunto entre município, estado e governo federal

Quarta-Feira, 06/01/2010 | .

No dia em que Angra dos Reis comemora 508 anos, 6 de janeiro, as festividades, todas canceladas pelo prefeito Tuca Jordão, deram lugar a reuniões entre autoridades municipais, estaduais e federais, que buscam soluções para a reestruturação do município. O senador Francisco Dornelles e as secretárias de estado de Ação Social, Benedita da Silva, e de Meio Ambiente, Marilene Ramos, visitaram a cidade. A data é sempre feriado municipal, mas, desta vez, toda a prefeitura está trabalhando.

 Tuca Jordão reiterou os números obtidos através do Relatório de Avaliação de Danos (Avadan), feito pela prefeitura, que enumera as obras necessárias para a recuperação do município. São R$  217 milhões que Angra dos Reis precisa. Desses, R$ 120 milhões são para obras de contenção. Mais uma vez o prefeito foi enfático em seu apelo:

 – Peço aos moradores que não fiquem em áreas de risco. E peço a vocês da imprensa que me ajudem a divulgar isso.

 De acordo com o prefeito, cerca de 500 casas serão demolidas neste primeiro momento. Por enquanto, em torno de 1.500 casas já foram interditadas no município. Tuca aguarda o laudo dos estudos geotécnicos que estão sendo elaborados e espera que com isso Angra tenha, definitivamente, um limite físico estabelecido para as construções, o que considera fundamental. O prefeito destacou novamente a importância do trabalho permanente de monitoramento de encostas. 

 Tuca Jordão destacou também os projetos habitacionais da prefeitura que estão em andamento, que devem totalizar cerca de 800 residências e contemplar moradores que hoje estão desabrigados ou vivem em áreas de risco.

 REUNIÕES
 O primeiro a chegar nesta  manhã no Centro de Estudos Ambientais (CEA) para o encontro com Tuca Jordão e com o vice-prefeito Essiomar Gomes foi Dornelles. O senador parabenizou Tuca e Essiomar pelos esforços que estão sendo feitos no sentido de minorar o sofrimento e prejuízos das vítimas. Ele ressaltou que tem trabalhado na mediação com o governo federal em projetos que contemplem Angra dos Reis, e citou como exemplo o do  saneamento de todo o Centro da cidade, que irá custar R$ 22  milhões, cuja assinatura para o repasse da verba foi feita no dia 30 do mês passado. Com relação aos projetos habitacionais, Dornelles disse esperar que sejam agilizados junto à Caixa Econômica Federal em virtude das tragédias ocorridas e que irá se empenhar por isso.  

 Benedita da Silva também elogiou a Prefeitura de Angra que, segundo ela, “vem fazendo uma boa cobertura na assistência às vítimas”. Ela afirmou que sua secretaria irá dar todo o respaldo necessário à situação.

 – Vamos agilizar, por meio da Fundação Leão XIII, o procedimento de cadastramento no aluguel social daquelas pessoas que perderam seus documentos junto com suas casas.

 Benedita afirmou que neste momento os desabrigados estão precisando de utensílios domésticos, como panelas e talheres, e irá mobilizar sua pasta para angariar as doações. Parte do material repassado pela Receita Federal à sua secretaria na ocasião do natal, como cobertores, roupas, guarda-chuvas, dentre outros artigos, também será doado às vítimas.        

 Marilene Ramos foi outra autoridade que marcou presença no CEA. Ela chegou acompanhada do secretário municipal de Meio Ambiente, Marco Aurélio Vargas. A respeito do sobrevoo que fez pelo município, declarou que existe a necessidade de se fazer um mapeamento de risco detalhado para toda a região.

 – Observamos as situações de risco que exigem não só essas ações imediatas de demolição, onde já existe o risco iminente, com famílias que têm que ser retiradas e levadas para locais seguros, mas também aquelas de risco a longo prazo – disse, antes de completar: – Já combinei com o secretário Marco Aurélio e nós vamos mobilizar equipes das universidades que têm um desenvolvimento grande nessas áreas de geotecnia e geologia para vir conosco para Angra. Elas farão um mapeamento detalhado do risco, além de uma superposição desse mapa de riscos com o mapa de cobertura vegetal e uso do solo, até para que nós possamos delimitar, de forma mais precisa, aquelas casas que podem permanecer e aquelas que não podem.

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