CAP é referência em atendimento à deficiência visual

Unidade produz material didático para alunos e professores, agilizando ensino-aprendizagem

Quarta-Feira, 30/03/2022 | .

O Centro de Apoio Pedagógico à Pessoa com Deficiência Visual (CAP) está consolidado como referência na Região Sul Fluminense. A unidade é a única na Costa Verde responsável pela produção diária de materiais didáticos distribuídos gratuitamente para professores em atividades com alunos com deficiência visual.

Do CAP saem transcrições em braille de livros e exercícios pedagógicos, materiais produzidos em formato ampliado e jogos em relevo (grafotáteis), dentre outros. Tudo isso para facilitar o dia a dia dos profissionais e alunos.

As aulas de Ana Beatriz Santos da Silva, a Bia, de 9 anos, são um exemplo da importância da produção da equipe do CAP. A partir de impressões em braille, a aluna consegue discernir formas geométricas, além de estudar o conceito de formação corporal.

– É fácil achar o retângulo – disse a menina ao tatear as impressões de formas geométricas feitas pelo CAP.

Bia estuda desde os seis meses de vida na Escola Municipal de Deficientes Visuais. Ela já sabe ler, escrever e está sendo preparada para ser incluída em uma escola regular.

– A cegueira da Bia é congênita (desde o nascimento). Com ela ainda muito pequena trabalhamos de inúmeras formas para que pudesse ser inserida no dia a dia escolar – disse a monitora da aluna, Kelly Rosa, afirmando que sem as produções do CAP as aulas seriam muito mais difíceis.

As produções do CAP se tornam ainda mais valorizadas por não serem achadas no mercado formal.

– Não há como comprar esse material no mercado externo, até porque utilizamos na rede, unidades, o que administrativamente seria impossível de adquirir esses recursos na iniciativa privada – ressaltou a superintendente de Educação, Maria Verônica da Silva Ferreira.

Atendimento Educacional Especializado

Os inúmeros recursos pedagógicos adaptados para os alunos atraem também as atenções da Mariana Castro Rodrigues, de 10 anos, aluna da Escola Municipal Tânia de Oliveira Teixeira, no Belém, que semanalmente vai à Escola Municipal para Deficientes Visuais (EMDV) para participar de aulas do Atendimento Educacional Especializado (AEE).

– Aqui a gente pode brincar nos jogos coloridos e animados – diz a menina, ao mesmo tempo em que brinca no notebook com um jogo de palavras adaptado para alunos com baixa visão, cujo diferencial é a tela ampliada e cores vibrantes.

História

O CAP funciona em anexo à EMDV. As duas unidades realizam trabalho conjunto, somando aproximadamente 150 alunos atendidos com idades entre seis meses e 80 anos.

O objetivo da equipe é garantir o apoio pedagógico à inclusão nas áreas da deficiência visual para professores, alunos, familiares e comunidade através de formação continuada e adaptação/transcrição/produção de material didático acessível aos estudantes com deficiência visual.

Além de materiais, a unidade oferta cursos, sendo dois já realizados neste ano: Deficiência Visual em foco e o Brailletrando, além de duas oficinas – Brincar para Todos e Brailletrando - leitura e escrita braille.

Até o final do ano estão previstos ainda os seguintes cursos: Introdução ao Soroban; Introdução à Deficiência Múltipla; Introdução à Baixa Visão, além das oficinas de Soroban, Produção de Material Pedagógico Acessível, Orientação e Mobilidade, Deficiência Visual em foco e Práticas Educativas para uma Vida Independente.