O Programa Comunidades de Angra deu início a seus trabalhos no Morro do Carmo. Nesta terça-feira, 10, foi realizada a primeira reunião entre os moradores e os agentes do programa. Neste primeiro contato, foi feito um levantamento da história da comunidade e um trabalho de georreferência - para identificar em um mapa os principais pontos da localidade -, ambos com a ajuda dos moradores. Foi feita ainda uma apresentação sobre funcionamento e o conceito do programa.
– O governo Tuca não quer governar do gabinete para as comunidades, ele quer que as propostas partam das comunidades para o gabinete – disse Silvia Rúbio, gestora de mobilização do programa, dirigindo-se aos moradores. – A gente só consegue mudar a realidade se houver, efetivamente, a participação da comunidade – concluiu.
Os moradores mais velhos foram ouvidos para que fosse feita uma linha do tempo com a história da comunidade. José Luiz, morador de 64 anos e descendente da primeira família a chegar ao Morro do Carmo, contou que os primeiros loteamentos surgiram nas décadas de 1940 e 1950. As ruas ainda não tinham nomes nem havia água encanada.
Outros antigos moradores também contribuíram para o levantamento. Em meados da década de 1950, o povoamento do local começou a se ampliar. A água era de poço ou da Bica do Soldado, onde as mulheres lavavam roupas. Na década de 1960, a água passa a ser encanada. Nos anos 70, a localidade ganha calçamento de paralelepípedos, embora a iluminação ainda fosse precária. Na década seguinte, que registra um grande aumento da população, é construída a Praça 06 de Janeiro. As ruas ganham nomes e as casas são numeradas. Com isso, os Correios passam a atender o local. Os anos 90 ficaram marcados pelo fechamento do Estaleiro Verolme, principal empregador dos moradores da comunidade. Na mesma década foi construída a igreja católica local. Já na atual década, o asfalto foi concluído e houve melhorias nas escadarias.
– Nós não conseguimos fazer nada se não conhecermos o lugar onde vivemos – disse Sílvia, sobre a importância do trabalho desenvolvido na reunião. Ao todo serão dez reuniões no Morro do Carmo. Nelas, os moradores irão discutir sobre seus problemas e traçar soluções com a equipe do programa. A primeira-dama Alessandra Jordão participou desta primeira reunião.
– Ao final de três meses teremos o Plano de Transformação – enfatizou Silvia. O Plano de Transformação é um caderno onde consta tudo o que foi planejado ao longo das reuniões. A partir daí, os moradores elegem um comitê comunitário, que irá acompanhar, junto à prefeitura, a execução das ações traçadas.