Em funcionamento desde setembro do ano passado, o Ecoponto Óleo Lubrificante, localizado no Cais Santa Luzia, vem sendo cada vez mais utilizado. Com capacidade para armazenar mil litros de óleo, o ecoponto levou de setembro a janeiro para encher o seu tanque e descartar seus primeiros mil litros para a empresa responsável pelo rerrefino. De janeiro a março – metade do tempo anterior –, o local já está próximo de chegar novamente a sua capacidade máxima, para seu segundo descarte.
O Ecoponto Óleo Lubrificante faz parte do Programa de Implantação da Coleta Seletiva em Angra dos Reis e tem como finalidade receber o óleo lubrificante usado das embarcações da cidade e encaminhá-lo para uma empresa fazer a reciclagem, chamada de rerrefino. Depois da reciclagem, o óleo volta ao mercado.
De acordo com o gerente de Conservação e Projetos Ambientais, Fábio Jordão, cada embarcação precisa trocar o óleo a cada 150 horas de uso e, a cada troca, 15 litros de óleo são descartados.
– É um resíduo químico ácido e perigoso, que precisa de um cuidado especial – explicou Fábio Jordão, falando sobre a importância do ecoponto para se evitar que o material seja despejado no mar.
Além do despejo direto no mar, Jordão lembra que o material também era descartado camuflado no lixo comum, em pontos irregulares de descarte no Cais Santa Luzia. A implantação do ecoponto contribuiu não somente para o recolhimento adequado do óleo, mas para a transformação do cais, deixando-o mais bonito e preservado. Junto com o ecoponto, a prefeitura realizou um trabalho que inclui a retirada dos pontos irregulares de descarte, obras no píer, limpeza constante do cais, feita pela TurisAngra, colocação de bancos e aumento do número de lixeiras, melhorando o local também no aspecto urbanístico.
– Fizemos um trabalho de educação ambiental com toda a comunidade, explicando aos barqueiros qual o destino adequado do óleo que eles utilizam. Conversamos com os estudantes sobre a necessidade de se preservar as lixeiras do local, que antes eram sempre pichadas – lembra Jordão, que destaca que a comunidade também foi ouvida para a elaboração do Ecoponto Óleo Lubrificante.
No ecoponto, os barqueiros tiram o óleo de suas embarcações em sacos plásticos e os despeja em um grande funil. Embaixo está localizado o tanque que armazena o material, com capacidade para mil litros. A empresa que recolhe todo o óleo e faz o rerrefino é a Lwart Lubrificantes, que tem capacidade de rerrefino de 13 milhões de litros por mês. O material, depois de coletado em Angra dos Reis, é levado para Xerém, distrito de Duque de Caxias (RJ). De lá, é transportado para a cidade de Lençóis Paulistas (SP), onde é feito o rerrefino. A empresa repassa para a Secretaria de Meio Ambiente camisas do projeto, que são distribuídas para os barqueiros, ajudando a divulgá-lo. Atualmente, há mais de 50 barqueiros cadastrados, chamados de geradores, e, de acordo com Jordão, o número tem aumentado. Para se cadastrar basta procurar os mobilizadores socioambientais no local.
O funcionamento do ecoponto é das 7h às 18h, em todos os dias da semana.
OUTRAS AÇÕES
O gerente de Conservação e Projetos Ambientais acredita que até o mês que vem sejam implementadas melhorias no Ponto de Entrega Voluntária (PEV), localizado na outra ponta do Cais Santa Luzia. O local é usado pelas embarcações para o descarte de resíduos recicláveis e não recicláveis, entulhos etc., além de receber o lixo proveniente da limpeza urbana. O PEV chega a receber entre 300 a 400kg de resíduos. A previsão é de que o local seja todo reestruturado, o que inclui a colocação de caçambas, cerca e portão.
Outro PEV será implantado no cais do Pontal, também conhecido como Cais do Moisés. Serão criadas baias, onde os resíduos serão depositados separadamente, e um ponto de acúmulo de resíduos temporários (part), para receber e armazenar resíduos domésticos, como restos de alimentos. O part é adequado para esse tipo de resíduo, feito em alvenaria, coberto e com ponto de água. A ideia é que o PEV do cais do Pontal seja o destino do lixo gerado nas ilhas da Baía da Ribeira.
– Estamos garantindo um instrumento facilitador para que geradores da parte insular direcionem seus resíduos – disse Jordão. De acordo com ele, a implantação do PEV será feita dentro de alguns meses.