Com a chegada do calor, as chuvas se tornam mais intensas na região Sudeste. Em Angra dos Reis, pela sua geografia, o período é delicado, e de dezembro a março, todos os agentes operacionais da Subsecretaria de Defesa Civil ficam em alerta, por determinação do secretário de Governo e Defesa Civil, Carlos Alexandre Soares. Mesmo estando ainda na primavera, os índices pluviométricos foram bastante elevados no mês de outubro, 258,6 mm, em novembro o volume de chuva caiu para 169, 2, mas só na primeira quinzena do mês de dezembro, foi registrado um volume de 231,2 mm e essa variação na temperatura fez com que a equipe atuasse em dezenas de ocorrências, como cortes de árvores, deslizamentos e alagamentos.
O verão, que se iniciará às 14h47 da segunda-feira, 21 de dezembro, é uma estação que engloba também os meses de janeiro, fevereiro e março, com pico em janeiro, mês considerado de alta temporada de férias no Brasil. A estação do verão é caracterizada, basicamente, por dias mais longos que as noites. Ocorrem mudanças rápidas nas condições diárias do tempo, levando à ocorrência de chuvas de curta duração e forte intensidade, principalmente no período da tarde. Considerando o aumento da temperatura do ar sobre o continente, as chuvas são acompanhadas de trovoadas e rajadas de vento, em particular nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País.
Essas chuvas podem estar associadas à passagem de sistemas frontais e à formação do sistema meteorológico conhecido por Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), cuja principal característica é a ocorrência de chuvas por vários dias, resultando em enchentes e deslizamentos de terra.
Os agentes operacionais fazem plantão 24 horas para atender as emergências, mas o trabalho dessa equipe é diário. Ela dá manutenção aos programas implantados no município pela Secretaria de Governo e Defesa Civil, com o intuito da prevenção.
São alguns desses programas:
No município de Angra dos Reis, por ser caracterizado por elevado índice de chuva, o monitoramento diário de pluviosidade é de extrema importância para a Subsecretaria de Defesa Civil. A coleta desses dados serve de parâmetro para as ações preventivas que são desenvolvidas pela instituição para evitar deslizamentos e inundações no município.
Para medir essa quantidade de chuva, a Defesa Civil instalou pluviômetros em alguns pontos do município, como em sua sede, no São Bento. O pluviômetro utilizado é do tipo Ville de Paris. Nele é coletada a altura total de água precipitada. A quantidade é lida com o auxilio de uma proveta pluviométrica, registrada sempre em milímetros por dia ou em milímetros por chuva.
O objetivo é gerar dados para ações preventivas da Defesa Civil e disponibilizar informações, como subsídio ao planejamento, implemento e desenvolvimento de políticas publicas ou privadas.
Um braço desse programa é o Guardião Comunitário. O programa resulta na monitoração pluviométrica que é realizada nas comunidades por moradores locais, de caráter voluntário, para medir a quantidade de chuva, e tendo como objetivo primordial a segurança da população. Já foram instalados 21 pluviômetros no município. Até o momento o total de pluviometria registrado no ano foi de 2.198,5 mm, o que equivale a uma média mensal de 183,2 mm.
Outros programas de prevenção ganham destaque como:
Guardiões de Rios
Com o apoio dos voluntários da região do Parque Mambucaba, treinados pela Defesa Civil através do programa Núcleo de Defesa Civil (Nudec), eles fazem o monitoramento fluviométrico das réguas linimétricas instaladas nos rios, informando ao posto distrital do bairro o avanço dos estágios de emergência. Os agentes operacionais instalam rotineiramente essas réguas.
Geologia Ambiental
A Subsecretaria de Defesa Civil, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente, realiza cursos de Geologia Ambiental. O objetivo é a aplicação da geologia no dia a dia dos cidadãos, focado na geografia do município de Angra. São abordados temas como áreas de risco, impacto ambiental, lixo, deslizamentos de rocha e terra, proteção de encostas, ocupação desordenada, entre outros.
Encosta sem Lixo
Este projeto tem como objetivo conscientizar a população que mora nas áreas de encosta do município sobre o risco de se fazer o despejo de lixo nas encostas. Quando se detecta uma área dessas áreas, são colocadas placas advertindo a população.
Defesa Civil e Dnit, juntos pela BR - 101
A Defesa Civil atendendo a uma solicitação do Departamento Nacional de Infraestrutura e Trânsito (Dnit), realizou um trabalho de vistoria técnica nos pontos críticos que mais apresentam possibilidades de deslizamento de terra ou bloco de rocha, na Rodovia Mário Covas, entre o trevo de acesso a Angra e Monsuaba. Todo este trabalho resultou na contratação de obras emergenciais para a solução de acidentes geotécnicos em sete pontos críticos existentes. O órgão mantém vistorias permanentes nos locais suscetíveis a escorregamentos, com encaminhamentos de laudos.
Programa Juntos Somos +
Programa de natureza preventiva, desenvolvido para retirar galhos e árvores ao longo da Rodovia Mário Covas, no trecho de Garatucaia ao Parque Mambucaba, perfazendo um total de 82 quilômetros. O órgão realiza vistorias periódicas neste trecho.
Projeto Cicatriz
Projeto criado pela Gerência de Engenharia, objetivando diagnosticar áreas mais sujeitas a deslizamentos e inundações.
Sua Vida, Seu Maior Patrimônio
Campanhas preventivas e educativas, de porta em porta, em bairros localizados próximos a encostas e rios. Todas as residências próximas a encostas e rios são visitadas anualmente no município. Até agora foram visitadas 3651 residências.
Projeto de olho em sua vida
Reavaliações permanentes de áreas de risco e residências interditadas, com orientação à população sobre as suas habitabilidades.
Levantamento das áreas de acidentes associados a movimento
Este levantamento aponta vários locais que envolvem um contingente significativo de munícipes que tiveram seus imóveis interditados devido a movimentos de massa e outros, os quais ainda não foram diretamente atingidos, aguardando por intervenção. Essas áreas foram afetadas e/ou agravadas pela precipitação excepcional ocorrida no princípio de dezembro de 2002, e a sucessão de intempéries ocorridas desde então. Essas informações são constantemente atualizadas pelos engenheiros do órgão. Foram feitas 957 vistorias, 41 interdições, uma liberação de risco e 17 notificações.
O que fazer para evitar o deslizamento?
Não destrua a vegetação das encostas;
Aterros e corte nas encostas provocam a instabilidade do terreno. Procure sempre orientação dos técnicos da Defesa Civil;
Conduza a água usada até a vala mais próxima;
Valas obstruídas causam transbordamento, encharcando o solo e as encostas;
Não plante bananeiras em morros e encostas, pois acumulam água no solo e provocam deslizamentos.
Se ocorrerem:
Estalos ou aumento das trincas em pedras;
Rachaduras ou trincas no terreno;
Árvores, postes e muros inclinados;
Muros e paredes estufados;
Novas rachaduras ou trincas na casa.
Faça o seguinte:
Comunique-se imediatamente com a Defesa Civil pelo telefone 199;
Saia imediatamente de casa com toda a família;
Dirija-se a casa de amigos ou parentes e aguarde os técnicos da Defesa Civil.