A exposição “Emergindo”, doce e alegre como o mar de Angra, foi aberta na noite do dia 27, na Casa de Cultura Poeta Brasil dos Reis, com o apoio da Fundação Cultural de Angra (Cultuar). São 23 quadros a óleo sobre tela da artista plástica A.Cássia, com cores vibrantes inspiradas nos pescadores da região e na cultura caiçara, retratando peixes, pescadores, cais, barcos, bananeiras, cestos, meninos e moças de diferentes formas , pintados com amor e muita inspiração.
Além dos quadros, a artista que é conhecida como Cassinha, expôs durante a abertura, souvenirs (conchas do mar) e bolsas de algodão pintadas com motivos do mar e da Festa do Divino. As bolsas foram disputadas pelo público, e até o final da noite da abertura, todas já estavam vendidas.
O mesmo está acontecendo com os quadros, muitos deles foram vendidos na hora e um deles, “A espera”, se destacava dentre todos pela delicadeza e beleza. “Já vendi quase todos, mas esse em especial foi muito cobiçado e muita gente saiu triste porque não pôde levá-lo. Foi o primeiro a ser vendido”- disse Cassinha.
Os convidados da abertura e todas as pessoas que por lá passavam, além de serem os primeiros a apreciar o belo trabalho, também puderam se deliciar com caldinho de peixe e doce de banana que a artista serviu a todos, para combinar com o tema da exposição.
Todos os trabalhos, mesmo os vendidos, vão ficar expostos até o dia 9 de maio na Casa de Cultura. Na exposição, Cássia também abriu espaço para outra artesã, e amiga, Viviane Santos, expor sabonetes artesanais.
Recebendo elogios de todos, Cássia fez questão de dizer que aprendeu a pintar com a artista pllástica M. Dóri em um curso do Senac, há 16 anos. M. Dóri estava presente ao eventom e ao falar da exposição, disse que Cassinha desta vez se superou. “Estão lindíssimos os quadros dela e me sinto orgulhosa”- disse a amiga e, segundo A.Cássia, sua única professora.
Cássia explica que gosta de pintar sobre a cultura da região, e os pescadores e índios são temas preferidos. Ela já participou de diversas outras exposições na cidade. É carioca mas angrense por opção. Está na cidade há 18 anos. Simples e carinhosa, Cassinha encanta a todos não só pelo seu trabalho, mas principalmente pelo carisma. Indagada sobre suas últimas exposições ela diz sorrindo que sempre acontece o mesmo: “vendo tudo. Já teve ocasiões que saí aqui da Casa de Cultura sem levar nenhum trabalho para casa, só com os valores recebidos pela venda, e isto é muito recompensador. É muito bom ver nosso trabalho agradando e contribuindo para o enriquecimento da cultura da cidade”, disse ela com a modéstia característica de todo bom artista. Vale a pena dar uma conferida nos trabalhos da artista, que já está preparando sua próxima exposição, dessa vez com materiais de demolição.
A curadoria da exposição foi feita pelo artista Bruno dos Anjos com o apoio de toda a equipe da Casa de Cultura, que é mantida pela Cultuar. Redes de pescadores enfeitam o teto, e no centro do do salão, um covo, usado em pescaria (cesto confeccionado de taquara, barbante, náilon ou arame usado para pesca, tendo uma entrada afunilada a fim de impedir a fuga dos peixes) dá um toque especial ao ambiente rodeado pela arte de A.Cássia.