A Fundação de Saúde de Angra dos Reis (Fusar) está realizando nesta terça-feira, dia 27, na Praia da Chácara, o II Seminário de Reabilitação Domiciliar. O evento reúne enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, assistentes sociais, psicólogos e agentes comunitários. A atividade visa a contribuir para o aprimoramento dos serviços de atendimento a pacientes com necessidades especiais, acamados e restritos aos seus domicílios, através da capacitação dos profissionais.
O seminário conta com a participação de professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) como palestrantes. A maioria daqueles que precisam da reabilitação domiciliar é composta por deficientes e idosos. Alguns dados sobre os pacientes de Angra dos Reis foram apresentados, dando uma ideia do número de pessoas abrangidas. No município, há 800 pessoas cadastradas no sistema de atenção básica como deficientes. Dentre os idosos, durante a vacinação contra a gripe, 300 tiveram que ser atendidos em seus domicílios.
Também foram apresentadas e discutidas algumas questões referentes ao tema, como a conceituação de deficiência, considerada quando a pessoa, em decorrência de alguma dificuldade física ou mental, precisa de ajuda para desenvolver suas atividades; o papel da equipe de atenção primária na saúde da pessoa com deficiência; importância da identificação dos deficientes no município; principais causas de deficiência etc. Um perfil dos idosos foi apresentado, com dados sobre situação familiar, renda, dependência de um “cuidador”, pessoa específica para seus cuidados básicos, dentre outros. A equipe destacou uma característica de Angra como um agravante da dificuldade de locomoção, que é o grande número de bairros e moradores localizados em morros, o que amplia a necessidade e a importância da reabilitação domiciliar.
– Quando falamos sobre atendimento a deficientes, o que se discute é a conquista e o reconhecimento da cidadania. Quando vemos no jornal um jovem deficiente que vai extrair 2 dentes ter arrancados 28 dentes, isso é um problema – disse Margareth Attianezi, fonoaudióloga da Uerj, em sua palestra “Saúde coletiva, reabilitação e SUS”, referindo-se ao caso ocorrido em Brasília, noticiado nesta semana. Margareth falou sobre a criação de políticas públicas dirigidas aos deficientes e defendeu o trabalho integrado, reunindo os diversos profissionais da saúde e mesmo de outros setores, oferecido em redes. Estas seriam o “resultado do processo de agregação de várias organizações afins”: – A gente não consegue desenvolver essa política sem contar com o setor de educação, com a Pestalozzi etc. – disse ela.
O II Seminário de Reabilitação Domiciliar conta ainda com as palestras “Desenvolvimento e reabilitação”, “O papel da fonoaudiologia” e “Estratégias de reabilitação”. O evento está sendo coordenado pela Superintendência de Atenção Básica e Superintendência de Planejamento, Controle, Avaliação e Regulação. De acordo com a médica Daniela Koeller, coordenadora do seminário e responsável, na Fusar, pela área técnica da pessoa com deficiência, está prevista para o ano que vem a publicação de um manual educativo voltado para equipes de reabilitação, lançado em parceria entre a Fusar, Fiocruz e Uerj. A iniciativa irá contribuir para o aprimoramento dos serviços de reabilitação e já foi aprovada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj).