Mais uma rodada de negociações foi realizada pela prefeitura com a Ferrovia Centro Atlântica (FCA), concessionária da malha rodoviária do eixo Barra Mansa-Angra dos Reis. O objetivo é buscar meios para que haja mais movimento de cargas no porto e que elas sejam transportadas através de trens. Hoje, 100% das operações portuárias são feitas pela rodovia. O prefeito Tuca Jordão esteve presente e solicitou aos presentes que eles estipulassem metas e prazos.
-Não podemos deixar que a classe trabalhadora fique à mercê da chegada de um navio ou outro. Temos que trabalhar em cima de metas e buscar o mais rápido possível as soluções. Os trabalhadores devem ser valorizados, e a nossa função é dirimir estas questões e buscar mais cargas para o desenvolvimento do setor-falou o prefeito, que abriu a reunião, no Centro de Estudos Ambientais (CEA), na terça-feira, 17.
Estiveram presentes, além do secretário de Atividades Econômicas, Alexandre Tabet e sua equipe; o gerente do Porto- Cia. Docas, Francisco José de Almeida; o representante da FCA, o coordenador de Relações Institucionais, José Osvaldo Cruz; o representante dos exportadores de mercadorias, conselheiro do CAP do Porto de Angra, Alexandre Faour; da ANTT, o superintendente Marcus Expedito Felipe de Almeida e da Technip, o superintendente Robson Rangel. Representantes da classe trabalhadora também participaram desta segunda reunião. A primeira aconteceu em 5 de fevereiro.
O representante da FCA apresentou a disponibilidade da empresa para este momento e a posição sobre o ramal ferroviário. O coordenador José Osvaldo Cruz lembrou que o objetivo foi o de identificar, através da pauta retirada da primeira reunião, o que a empresa poderia oferecer para ativar o serviço de transporte ferroviário ao porto.
Osvaldo Cruz bateu na mesma tecla: se não houver um negócio casado, não há possibilidades de a FCA investir. A FCA ficou de apresentar soluções para a falta de vagões e locomotivas na ferrovia, se inteirar dos serviços que vão ser oferecidos pelos trens e ainda verificar a possibilidade de recuperar os 100 km da via férrea, que custará à FCA R$ 28 milhões.
-A FCA está trabalhando com a sua disponibilidade, e a curto prazo podemos oferecer o transporte de 7 mil toneladas descendo de Barra Mansa e 4960, subindo. Temos uma locomotiva e seis vagões, mas podemos chegar a descer com 24 e subir com 17-disse Osvaldo, adiantando ainda que o valor da tarifação cobrada por vagão cheio será discutida com os clientes.
Mas o coordenador não descartou a possibilidade em investir na compra de locomotivas e vagões, desde que fossem fechadas cargas com clientes.
-Podemos desenvolver um contrato de investimento a longo prazo a partir da conversa que tivermos com os clientes-lembrou.
Antes da próxima reunião, marcada para o dia 2 de abril, a FCA se reunirá com os clientes interessados em operar pelo Porto de Angra, como a Gerdau, Votorantim, Saint-Gobain, Technip, entre outras. A carga da CSN, que atualmente é movimentada pela Sepetiba Tecon, no complexo portuário de Sepetiba, que está fazendo obras de ampliação de seu terminal, também será operada pelo Porto de Angra durante 18 meses, mas precisaria da ferrovia para otimizar a operação.
O secretário de Atividades Econômicas, Alexandre Tabet, que convidou a categoria do porto para acompanhar a reunião, lembrou que o processo de reativação da malha ferroviária, como também a negociação com os clientes, têm o aval dos trabalhadores.
-Estamos tratando este processo com a maior transparência possível. A prefeitura está participando com o intuito beneficiar os trabalhadores e também para que os empresários recebam serviços com qualidade e possam operar suas cargas através do nosso porto, mas para isso, a malha ferroviária é essencial-disse o secretário Alexandre.
De uma conversa da FCA com o presidente da TurisAngra, Marcus Veníssius Barbosa, a pedido do prefeito Tuca Jordão, saiu a proposta de reativar o Trem da Mata Atlântica. Uma outra possibilidade de utilização da malha ferroviária, que além de atender na questão social, oferecendo postos de trabalho para a população, vai ao encontro do projeto do prefeito que é o de incrementar o turismo na região.
-O trem não é o principal foco dessas discussões com a FCA, mas ele gerará emprego e renda para a população e será mais um atrativo turístico que movimentará a economia do município-falou o prefeito Tuca Jordão.